Da Revista Exame

São Paulo – 62% dos brasileiros rejeitam a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, para a embaixada do Brasil em Washington DC, nos Estados Unidos. Os dados são de uma pesquisa da XP/Ipespe com 1.000 entrevistas por telefone realizadas nos dias 5, 6 e 7 de agosto e divulgada nesta sexta-feira (09).

O nível de rejeição à indicação é exatamente o mesmo registrada por uma pesquisa divulgada recentemente pela consultoria Atlas Político com base em entrevistas na internet. Na quinta-feira, o governo americano concedeu o agrément para que Eduardo assuma o posto, mas a indicação ainda precisa passar pelo Senado.

A pesquisa da XP/Ipespe mostra também que a avaliação de ruim/péssimo do governo Bolsonaro chegou a 38%, uma alta de 3 pontos percentuais em relação a julho.

Ainda que a variação esteja dentro da margem de erro, este é o maior índice numérico registrado desde o início do mandato. Em fevereiro, o governo tinha apenas 17% de ruim/péssimo.

A avaliação de ótimo/bom ficou em 33% em agosto, na mesma faixa dos 34% registrados ao longo dos meses de maio, junho e julho. A avaliação de regular está em 27%, também inalterada.

Os entrevistados também foram questionados sobre as últimas falas do presidente, que subiu o tom da agressividade nas últimas semanas.

Bolsonaro questionou dados oficiais sobre desmatamento, negou que haja fome no país, se referiu a nordestinos de forma pejorativa, sugeriu censura oficial de filmes realizados com apoio do governo e provocou o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao negar que seu pai tenha sido morto pela ditadura, o que é comprovado por documentos do governo.

55% avaliaram como “inadequadas” as falas do presidente no último mês, enquanto 43% classificaram como normais. Questionados sobre o impacto dessas frases para a administração do país, 44% afirmaram que as declarações atrapalham muito, 28% que atrapalham um pouco e 26% que não tem efeito.