Publicado às 05h40 deste domingo (1)

Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Na década de 60 as festas de setembro de Serra Talhada eram ao som da Jovem Guarda, através das radiolas que tocavam nas barracas. A festa era só na praça, as pessoas se divertiam. Umas curtiam o Parque Lima e outras ficavam nas barracas tomando as suas cachaças. Roberto Carlos era o Rei, e seu reinado imperava.

A Jovem Guarda foi um movimento cultural, era a febre do momento e mesclava música e moda junto com comportamentos. A simplicidade das letras sem malícia e as melodias das músicas passavam para as pessoas muita emoção e ternura.

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A Festa de Setembro era a vitrine, onde as pessoas mostravam as roupas, as gírias lançadas pela Jovem Guarda. O modo de se vestir, calça boca de sino, bota, cinto e minissaia, bem como as gírias que falavam: Broto, carango, papo firme e é uma brasa mora? Que viraram referência para os jovens e adolescentes da época, que desfilavam pela praça, nas festas de setembro de Serra Talhada, mostrando suas roupas novas e curtindo a Jovem Guarda ao som de uma radiola.

A calça mais usada era a US TOP, quanto mais era lavada mais bonita ela ficava. Era uma imitação da calça Li Americana, tinha gente que lixava deixando a calça surrada e saia passeando pelas ruas nas calçadas.

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Tinha uns pentes tipo garfos, com os dentes feitos de aços, que eram vendidos na feira. Tinha gente que usava e saia pela praça penteando a cabeleira. Também tinha uns tamancos que eram feitos de madeiras, as pessoas caminhavam ao som de um leco-leco, nas ruas feitas de terras, levantando a poeira.

Na difusora da praça enquanto uma música tocava, o locutor anunciava: “Essa música vai para aquela moça que está de blusa encarnada”! Assim era as Festas de Setembro lá na década de 60, nos tempos da Jovem Guarda.