Na minha opinião, de número cem publicada pelo Farol de Notícias, relato mais algumas histórias que fazem parte de minha pesquisa sobre o Comercial Esporte Clube, time que marcou época no final da década de 1970 e início dos anos 1980 e que chegou a ser chamado de “o terror do Sertão” pela revista Placar. Hoje resgataremos as passagens do goleiro Beto e do ponta direita Paulo Moura, o bico de aço, pelo alvirrubro serratalhadense.

 Foto do Comercial na revista Placar -1980

O goleiro Beto iniciou a carreira no juvenil do Central de Caruaru e depois foi para o Sport Clube do Recife onde foi campeão da categoria em 1974. Em 1975 profissionalizou-se e foi campeão estadual pelo leão da ilha. Após passagens pelo Treze de Campina (1977 a 1979) e pelo Ferroviário de Recife (1979), Beto foi contratado pelo Comercial em uma negociação comandada pelo dirigente do clube Egídio Torres de Carvalho. No alvirrubro serra-talhadense, o arqueiro jogou entre os anos de 1979 e 1982. Beto encerrou a carreia de goleiro com menos de 30 anos após uma frustrante passagem pelo CRB de alagoas.

Foto de Beto e do time do Comercial

O ex-jogador também atou como técnico de time da cidade. Entre as passagens mais importantes dessa fase destacam-se o título da segunda divisão pelo Ferroviário, em 1997, onde comandou o time no 1º. turno e depois passou a ser auxiliar de Paulo Moura, e o vice-campeonato da Copa Pernambuco pelo Serrano. Segundo Beto o seu grande jogo defendendo a meta do Comercial foi contra o Náutico no estádio “O Pereirão”, em 31 de agosto 1980.

Veja também:   Empresário marca encontro por app e tem carro de luxo roubado

A partida terminou empatada em 0x0. No entanto, as belas defesas do goleiro sertanejo acabaram sendo destacadas pelos jornais da capital, além disso, ele escolhido com o melhor jogador da roda pela revista Placar. Outra passagem importante citada por ele foi a excursão vitoriosa do clube serratalhadense pelo interior da Bahia, onde na oportunidade o time derrotou equipes da cidade de Irecê e Canal.

Foto de Beto defendendo o Comercial

Para Beto a grande lição deixada pelo futebol foi recebida ainda no início na carreira quando o técnico do Sport lhe advertiu “para não se juntar com quem não prestava”. Para ele isso foi aviso para evitar as farras com jogadores mais experientes e com mais nomes. Beto reside e trabalha em Serra Talhada, cidade onde constitui família e conquistou várias amizades.

Foto da carteira de jogador profissional de Paulo Moura

Paulo Moura, mais conhecido como “bico de aço”, apelido que recebeu na infância, ainda quando jogava nas areias do Rio Pajeú, e um amigo percebeu a potência do seu chute, que muitas vezes acabava estourando as bolas de borracha que eram chamadas de “dente de leite”. Paulo iniciou a carreira no time amador do Comercial com 14 anos. Ainda como jogador juvenil foi jogar Náutico após uma tentativa não bem sucedida pelo Santa Cruz. No time timbu Paulo Moura participou do últimos dos títulos do Hexa Campeonato Pernambuco. Na partida final jogou os últimos 25 minutos.

Veja também:   Godzilla e Kong: O Novo Império tem cena pós-créditos?

O ponta direita teve passagens rápidas pelo Remo (PA) e Vasco (RJ), mas foi no estado do Amazonas que ele obtive os seus maiores títulos. Lá ele foi campeão pelo Rio Regro e bicampeão pelo FAST. Em função das suas pelas atuações Paulo Moura foi escolhido como o melhor jogador da posição por três anos consecutivos, o que lhe proporcionou a convocação para seleção amazonense que enfrentou a Seleção Brasileira no jogo de inauguração oficial do estádio Vivaldo Lima, também conhecida como ”Vivaldão”. A partida terminou sendo vencida pela Seleção canarinha por 4×1.

Fotos de Paulo Moura jogando pelo FAST (AM)

No final da década de 70, Paulo retornou ao Comercial a pedido de Lia Lucas. No período o clube vivia um processo de profissionalização visando à participação na 1ª divisão do campeonato pernambucano. Para conquistar o acesso o Comercial teve que passar por um quadrangular, em 1979. Nessa etapa Paulo destaca o jogo contra o América do Recife, partida realizado no estádio “O Pereirão”, como uma das suas grandes exibições. O Comercial venceu o jogo por 4×1, com gols de Mimi (1), Toninho (1) e Paulo Moura (2).

Para Paulo os jogadores da sua época jogavam por amor a camisa do clube e ao futebol, não existia a formação de “grupos” para derrubar treinadores. Após o fim do Comercial, Paulo encerrou a carreira como atleta na qual marcou mais de 200 gols. Em meados de da década de 80 iniciou a carreira de treinador. Ele treinou o time do Ferroviário e o Serrano na fase amadora e o Ferroviário como profissional na segunda divisão (1997) e também primeira do campeonato pernambucano (1998 a 2003).

Veja também:   Espetáculo da Paixão de Cristo retorna às ruas de ST

Foto do Ferroviário Campeão da segunda divisão em 1997 – Na foto Paulo Moura e Beto

Atualmente Paulo Moura desenvolve um trabalho social na sua escolinha de futebol para criança dos 06 aos 16 anos. A escolinha tem dado bons frutos que estão espalhados pelo Brasil, como são os casos dos jogadores Renatinho e Felipe Freitas (Santa Cruz), Dentinho (Sport), Darlan (Náutico), Gegê (Barueri – SP) e Alexssandro (Corinthians).  Paulo ver no futebol uma opção para a retirada de crianças e adolescentes do caminho das drogas. Recentemente o treinador desenvolveu um projeto voltado para crianças  carentes com o apoio do Dr. Vandeci, um dos representes do MPPE no município.

Um forte abraço a todos e todas e até a próxima!

Goleiro Beto defendendo o Sport Clube do Recife num jogo contra o craque de seleção Falcão

 

 

P.S.: Na próxima sexta-feira, 25, apartir das 14h, estarei apresentando o trabalho “UMA

ABORDAGEM SOBRE A DESOBEDIÊNCIA CIVIL E USO DE MÁSCARAS

EM MANIFESTAÇÕES NUMA PERSPECTIVA JURÍDICA, HISTÓRICA E

FILOSÓFICA”, durante a realização da V Semana Acadêmica da FIS.