Foto: Farol de Notícias/Max Rodrigues

Publicado às 05h42 deste sábado (7)

A série Mulheres de Luta deste sábado (7) traz a comovente história de cura de Barbára Jakeline Ferreira da Silva, 29 anos, designer de sobrancelha, casada, mãe de duas princesas e moradora do bairro São Cristóvão em Serra Talhada.

Os primeiros sintomas já começaram em meados de 2015, durante a gestação da segunda filha, período este, que também estava cursando Licenciatura em Letras na UAST/UFRPE.  Logo após o nascimento da pequena Ana Gabriely, os sintomas se intensificaram. A guerreira relatou que as crises de tosse se tornaram constantes, e surgiram alguns nódulos internos da garganta.

Em seus braços ninava e acalentava a bebê até dormir, mas pouco tempo depois, devido a tosse, ela mesma acordava a recém-nascida. Esta cena continuou se repetindo, até que Bárbara foi ao médico. Apesar dos sintomas, a mãe chegou a clínica na expectativa que receberia apenas uma prescrição de medicamentos para aliviar a tosse. Mal sabia ela que dali sairia com uma “quase sentença de morte”.

Para a surpresa de Bárbara e da família, com apenas 11 dias que tinha dado à luz, a mãe foi diagnosticada com câncer, e precisou ser transferida para Recife imediatamente. Foi um momento de choque, de dor, medo da morte, de deixar duas filhas pequenas, e tantos outros sentimentos conturbados que tomaram conta dela naquele momento. Principalmente a angustia de ter que deixar a filhinha tão frágil naqueles primeiros dias de vida.

Veja também:   Estudante de ST não resiste e morre após AVC

De início, passou 23 dias internadas no Hospital Otávio de Freitas, até então, ainda não tinha sido confirmado o diagnóstico, mas logo veio a confirmação. Bárbara portava linfoma no mediastino. Não mais tão abalada, relatou a reportagem do Farol de Notícias que organizou um chá de lenço na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) e decidiu olhar para a vida, não para as consequências e a probabilidade de morte.

“Quando a gente encara a enfermidade olhando para a vida, uma vida além do câncer, olha para as pessoas que nos amam, que torcem por nós, desde a família aos amigos verdadeiros, que ainda existem, conseguimos superar com garra. E foi olhando para essa vida que busquei mais a Deus e a entender o porquê de tudo aquilo.”

Veja também:   Bairros com mais casos suspeitos de estupro em ST

Em 2016, longe de casa, das filhinhas, esposo, família e toda estabilidade que outrora vivia, Bárbara começou sua luta contra o linfoma. Fez 3 tipos de quimioterapia diferentes até culminar em um transplante de medula óssea em 2019. No período que ocorreu o transplante, ela estava muito debilitada, já sem forças físicas, devido aos efeitos colaterais do tratamento, mas assim como uma fênix, após o transplante “renasceu”.

Após acordar do transplante, a melhora a curto prazo surpreendeu médicos e familiares. Naquele momento, os corações imediatamente se encheram de esperança. Ter fé também é um passo importante a ser dado por todos que passam por momentos difíceis. Assim que acordou já foi submetida a vários exames. Para aquietar os corações aflitos, porém esperançosos, o resultado foi positivo. Sim, Bárbara venceu o linfoma e foi curada.

AMPARO AMIGO

De casos de cura e fé surgiu a ideia do projeto Amparo Amigo, idealizado pela missionária Valéria Gonçalves, 28 anos, que também venceu a luta contra o câncer. O projeto começou sair do plano das ideias após Bárbara conhecer Valéria através do Facebook. Após algum tempo ela veio morar na Capital do Xaxado, e a partir de uma visita que fez a Bárbara deram início ao projeto.

Veja também:   Mulher morre após colidir moto em animal no Sertão do Pajeú

“Fizemos a pauta do projeto, oramos e começamos buscar pessoas para nos apoiar. Hoje já contamos com cerca de 20 mulheres que também passaram por esse processo, que sabem as dificuldades. Por isso, unimos forças para abençoar a vida de outras pessoas que estejam enfrentando esse momento.”

O Amparo Amigo acolhe as pessoas com câncer e os familiares do diagnóstico ao tratamento. Não com ajuda em dinheiro, mas com cesta básica, medicação, frauda, leite ou algo do tipo. Além disso, o principal objetivo do projeto é levar fé e esperança para pessoas. Nas palavras de Bárbara, “Deus nos permitiu vencer para levar esperança, para ajudar outras a ter essa esperança também”