Publicado às 05h22 dese sábado (20)

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, mestre pela UFCG e colunista do Farol de Notícias

Após mais de um ano e meio o governo Bolsonaro ainda não mostrou para o que veio, ao mesmo tempo em que a pandemia do covid -19 já contaminou mais 1 de milhão de pessoas e ceifou a vida de quase 50 mil brasileiros.

Bolsonaro se elegeu com 57 milhões de votos, tendo como base apenas narrativas, sem apresentar nenhum projeto consistente para ser aplicado nas áreas de saúde, educação, cultura, assim como para outros setores importantes para a nação. As narrativas bolsonaristas, muitas das quais oriundas das “fake news”, diziam que “o mito” iria acabar com a corrupção e que o governo não teria ideologia.

O fato é que ideologias que há décadas foram banidas pelas sociedades civilizadas, como o fascismo e o nazismo, retornam com força sobre o manto do bolsonarismo. Mas por uma compreensão histórica do mal que essas ideologias fizeram a humanidade, o extremismo radical não conta com o apoio da grande parte da população. E ainda é preciso citar “os ignorantes” e “os negacionistas”, que acreditam que a terra é plana e que não reconhecem a importância dos métodos científicos no combate ao coronavírus.

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COMBATE A CORRUPÇÃO

Agora, chegou à vez do combate a corrupção. O combate à corrupção seduziu boa parte da classe média e das elites brasileiras, e deu a Bolsonaro o aval necessário para ser eleito. Tendo Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato como os principais avalistas desta narrativa. A verdade é que a prisão do ex-policial e faz tudo da família Bolsonaro, o Fabrício Queiroz, acabou colocando a última pá de cal no que seria a redenção do governo Jair Bolsonaro.

Queiroz é para os Bolsonaro o que PC Farias foi para Fernando Collor, alguém que sabe demais e que se abrir a boca o governo vem abaixo. Queiroz foi preso na casa camuflada, que era registrada como escritório do advogado dos Bolsonaro.

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É no mínimo estranha a rede proteção montada para esconder o Queiroz. E isso nos leva a uma pergunta: o porquê do sumiço do Queiroz da rachadinha?

Muitas coisas ainda vão acontecer. Muitas verdades ainda virão à tona e muitas pessoas ainda serão presas. No entanto, ficarão alguns questionamentos que certamente aos bolsonaristas elitistas e frustrados responderão rapidamente. Quando Bolsonaro irá começar a por o seu plano de governo em prática? Até quando ele vai viver arrumado inimigos ou falando besteiras diariamente? Até quando ele vai ficar ameaçando patrocinar um golpe militar, se ele é incapaz de construir uma base política sólida para ajudá-lo a governar? E quando será que os dos aliados do “centrão” começarão a ser pegos com a boca na botija?

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O governo Bolsonaro acabou. Ele não vinga. Os próximos dois anos e meio vão ser apenas para cumprir tabela e para assistirmos o derrocada lenta e gradual do “mito”. A hora agora é de tentar salvar a maior quantidade de vidas possíveis, em face da tragédia provocada pela pandemia, e a começar a pensar em um novo projeto político e de governo, que seja capaz de resgatar a autoestima e o verdadeiro orgulho de ser brasileiro. Por isso amigos bolsonaristas, é bom jair se acostumado!

Abaixo, pichação feita em muro de Serra Talhada nessa sexta-feira (19)