exposerraFotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia

A história de Serra Talhada está diretamente ligada a serra que pela natureza foi talhada. Imponente, a serra é um dos maiores orgulhos dos serra-talhadenses. Não existe um filho desta cidade que ao avistar a montanha a quilômetros de distância não se emocione ao perceber que está chegando ou de que está em casa. Toda essa beleza é uma propriedade privada, e por isso mesmo, o seu uso para fins de utilidade pública é cercada de polêmicas.

No entanto, para nós – Alejandro Garcia e Paulo César Gomes -, a serra que é vista diariamente de qualquer ponto da cidade, não pode e não deve cair no “esquecimento”, por isso estivemos em duas oportunidades no topo da montanha, ao lado do fotógrafo e jornalista Álvaro Severo, para registrar algumas das dezenas de “Histórias Perdidas”, que envolvem a majestosa serra talhada.

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OS DESAFIOS DE QUEM VIVE NO TOPO DA SERRA

serrat 7Aldenício Ribeiro de Souza mora há 16 anos no topo da Serra

O topo da serra é formando por rochas e por uma camada de terra bastante fértil. Quase toda a área é povoada por sítios, os moradores trabalham como meeiros ou arrendatários. A maioria pratica a agricultura de sobrevivência. Um desses moradores é o senhor Aldenício Ribeiro de Souza, 46 anos, que mora há 16 anos, em um pequeno sítio.

Na área ele cria animais, cultiva algumas fruteiras e planta milho e feijão. Segundo Aldenício, um dos maiores desafios de quem vive no topo da serra é conviver com a falta d’água, principalmente no período de estiagem. “Quando chove a gente tira água das fontes, mas quando a seca chega, a gente tem que pagar mais de R$ 200 para que um carro pipa suba ate aqui”, desabafa o morador.

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O VELHO CRUZEIRO ABANDONADO

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Um dos pontos mais visitados da serra é o cruzeiro, porém, para se chegar até o local é preciso enfrentar uma caminhada por uma trilha íngreme e cheia de pedras. Soma-se aos desafios naturais, a falta de placas de orientação, sobre as questões de segurança com a caminhada e a indicação dos pontos turísticos.

Durante o percurso, que fica na talha que divide a serra em duas partes, é possível perceber que a mata nativa está bastante comprometida e a poluição está tomado de conta da trilha. Um morador que pediu para não ser identificado, revelou que nos últimos três anos o número de visitantes caiu vertiginosamente. Isso, segundo ele, se deve ao fato de que aumentou a incidência de assaltos, o uso de drogas e de práticas sexuais, e também o número de assassinatos. “A violência tem afastado as pessoas. Não existe segurança e as pessoas ficam com medo. As turmas de estudantes e os grupos de jovens deixaram de subir a serra”, relatou um dos moradores da redondeza.

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Ao chegarmos ao famoso cruzeiro percebemos ele está abandonado e sem nenhuma preservação. A cruz está ameaçando cair. A imagem da santa que ficava no local foi roubada. Também não existe nenhuma identificação sobre quem foi que construiu ou teve a ideia de erguer no meio da serra aquele cruzeiro. O certo é que a paisagem é linda, e a Serra Talhada vista de lá é ainda mais sedutora. No próximo domingo traremos mais “História Perdidas” sobre a serra. Um abraço e um bom domingo a todos!

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serrat 3A cidade vista do Cruzeiro