Foto: Farol de Notícias / Manu Silva

Publicado às 05H26 desta sexta-feira (15)

Confinados há dois meses, os profissionais e os idosos do Abrigo Ana Ribeiro tem mostrado eficiência e respeito com a saúde de cada um e dos outros nesses tempos de pandemia mundial de coronavírus. Completamente isolados de familiares, amigos e visitas, os 25 idosos estão protegidos e cuidados por 23 profissionais de saúde que se revezam nos rigorosos cuidados dos abrigados.

O Farol de Notícias conversou com Poliana Lima, coordenadora do Abrigo Ana Ribeiro que detalhou como está sendo o cotidiano dos idosos, os cuidados com cada um dos internos. Segundo ela, há cerca de 45 dias está confinada no abrigo e ainda garantiu que só retornará para casa após a pandemia passar.

“Antes mesmo do prefeito, estado e governo federal decretar o fechamento do comércio nós decidimos optar pelo isolamento do abrigo, no dia 13 de março, sem visitantes, familiares e até mesmo os funcionários cumprem um rigoroso protocolo de higienização quando chegam para o plantão. Não entram mais pela porta da frente, criamos um espaço para guardar seus pertences e nenhum deles entrarem no abrigo vindos da rua. Tiram adornos, calçam sandálias que são utilizadas apenas aqui dentro, tomam banho, trocam de roupa, se paramentam com máscara, touca, luvas e protetor facial”, informou a coordenadora.

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Ainda de acordo com Poliana, o período de isolamento tem servido para mostrar o quanto os funcionários e a equipe multidisciplinar que atende os 25 idosos estão empenhados e apaixonados pelo seu trabalho. Algumas estratégias também foram criadas para diminuir a distância entre os abrigados e seus familiares.

“Estamos a cada dia mais unidos e compromissados em dar qualidade de vida para os nossos idosos. Contamos com psicóloga, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeira e assistente social para dar todo o suporte a eles. Uma vez por semana realizamos vídeo-chamadas para os familiares poderem matar a saudade. E o mais bonito é ver eles mesmos colaborando, os que ainda têm entendimento brigam para não tirar a máscara. Mudamos também a estratégia de alimentação, tanto no cardápio com mais líquidos, frutas e verduras, como também para evitar aglomerações no refeitório. Alguns deles estão se alimentando no próprio quarto”.

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DIFICULDADES REAIS

A coordenação do Ana Ribeiro enfatizou que muitos dos mantimentos que mantém o abrigo chegam através de doações que ocorriam diariamente, no entanto, nesse período elas diminuíram exponencialmente. Estão mantendo o padrão de cuidado e zelo com os idosos, porém precisam do braço das doações que os serra-talhadenses fizeram. A conduta exemplar do abrigo, que deveria ser seguida por todos, resultou em dois meses sem nenhum idoso gripado ou com sintoma gripal.

“Muitos devem pensar que porque estamos fechados para visitas não está recebendo doação, mas recebemos sim. Os interessados podem tocar a campainha ou ligar para o telefone do abrigo, que também fica afixado na porta de entrada (87) 9 9628-2353. Todas as sacolas de doações e feiras que chegam não entram diretamente no abrigo. Tiramos todos os produtos, higienizados e só então entram. Estamos realmente mudando os hábitos, levando eles para lavar as mãos, usar a máscara e o álcool em gel”.