DSC_0007Líder comunitário de Poção briga na justiça pelo conserto de vazamentos na barragem Água Fria

Foto: Farol de Notícias / Alejandro García

A barragem Água Fria localizada no riacho Poço do Negro na região rural de Poção, entre Serra Talhada e Floresta, foi um sonho de toda a população sofrida com a seca na região. Mas o sistema de armazenamento, construído em 2002, não solucionou o problema da falta d’água na localidade, dificultando o dia a dia de muitos agricultores. Um deles é João Porfírio de Sá, 65 anos, morador da fazenda Poção, que buscou o FAROL pela segunda vez em dois anos, para externar a peleja que vem travando na Justiça para obrigar a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) a reparar erros oriundos da construção da barragem.

O grande problema é que a obra apresenta vazamentos e não guarda a água acumulada com as chuvas. Com o incentivo de demais agricultores, João Porfírio buscou o Ministério Público Federal (MPF) para denunciar o problema, que ainda persiste. Ele é líder comunitário em Poção e buscou apoios, anos atrás, para a construção do reservatório junto à Codevasf, a qual licitou a obra com a Construtora Rocha Ltda. A empresa entregou a barragem há 13 anos, porém com graves falhas.

“Se trovoar a barragem vai encher de novo e vai secar, por conta dos vazamentos e a cada ano que passa a gente vai ficando sem água. Porque essa água é para abastecer toda a população da região, eu não diria só para o ser humano, mas para os animais que já morreram, muitos já morreram de sede, porque não tem água. E a gente depende dessa barragem”, explicou João Porfírio, com ar de cansaço. Há anos que ele vem esperando da Justiça uma solução, pois a cada processo a Codevasf tem interpelado na busca de não realizar o serviço.

O morador relatou que a comunidade entrou com uma ação judicial para resolver o caso, mas enquanto tramita na Justiça, a Codevasf faz apenas reparos que não resolvem a situação e o povo permanece com abastecimento precário. “Nós entramos na justiça, no Ministério Público Federal, ganhamos a causa. Ganhamos aqui, aí foi para o tribunal em Recife, lá ganhamos também. Depois entrou com a execução da obra para ver, eles foram lá, fizeram um orçamento, mas está demorando muito. Eu acredito que a justiça está trabalhando e vai solucionar o problema, mas está demorando, a barragem continua com problema. O que a gente quer é o conserto, pois a gente está sofrendo”, alertou o agricultor.