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Fotos: Farol de Notícias/Alejandro García

Uma família serra-talhadense está sendo vítima de uma triste realidade muito comum entre os brasileiros: a lentidão dos serviços de doação de órgãos. Maria Luiza, de apenas 18 anos, era autista e teve a morte cerebral constatada nessa quarta-feira (2) no Hospital Agamenon Magalhães. Desde o início da semana, a família briga contra a burocracia do sistema de saúde para realizar a doação de pelo menos seis órgãos da adolescente. O FAROL entrevistou a mãe de Maria Luiza, Jucilene Aparecida Rodrigues, 37 anos, moradora do bairro São Cristóvão, que atribuiu a culpa da demora ao Estado e admitiu estar consternada com a situação. Já o pai da garota, Silvio do Bar, está inconsolável.

“Maria Luiza ia fazer aniversário domingo agora, 19 anos. Ela foi muito bem atendida aqui no Hospam, eu só estou tendo dificuldade para conseguir doar os órgãos da minha filha. Uma enfermeira ligou para a Central de Regulação (de doação de órgãos), mas eles precisam de um parecer completo da menina com a causa da morte para poder receber o corpo. O médico não sabe, foi feito uma tomografia e acusou que o sangue não está indo para o cérebro, então foi morte encefálica, mas o que causou ninguém sabe. Eu resolvi doar porque minha filha é um anjo, ela veio só para fazer o bem”, declarou a mãe, em tom emocionado.

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Ainda de acordo com Jucilene Rodrigues, o drama da família começou quando a garota sentiu uma febre no início da semana e foi atendida no posto de saúde do Alto da Conceição. “Maria Luiza era autista compulsiva, sentiu uma febre umas 7h da noite, na segunda. Levei ela para o ‘postinho’ do Alto da Conceição e lá ela foi atendida por um dos médicos cubanos que passou uma injeção e soro. Ela tomou dois balões de soro glicosado e quando ela terminou esse soro ela entrou em pré-coma e foi transferida para o Hospam. Me disseram a notícia ontem (quarta-feira), que o sangue não está indo para o cérebro, ela pode durar aqui 15 dias, pode passar um mês”.

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OUTRO LADO

A reportagem do FAROL também conversou com o diretor interino do Hospam, João Antônio Magalhães, para esclarecer as causas da demora da doação dos órgãos de Maria Luiza. Segundo João Antônio, o Hospital da Restauração, para onde a menina deve ser encaminhada, só aceitará a doação após o Hospam emitir um diagnóstico completo da causa da morte da adolescente.

“Precisamos fechar um diagnóstico completo da causa da morte de Maria Luiza para podermos iniciar os trâmites de transferência para o Hospital da Restauração, onde será feito todo o processo de doação dos órgão, caso a família confirme que deseja fazer essa doação, o que eles já sinalizaram. Toda a equipe de neurologistas de plantão e os que não estão de plantão no hospital, além de profissionais da área de clínica cirúrgica estão empenhados no diagnóstico dessa paciente. Não podemos precisar quanto tempo levará e nem quais hipóteses temos no momento, mas todos os esforços estão sendo empenhados e resolveremos isso o mais rápido possível”, finalizou.

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