Do JC Online

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, líder do PL no Estado e indicado candidato ao governo pelo presidente Bolsonaro, na semana passada, dá sinais de que não terá receio de ir para o embata com os próprios aliados da oposição, na disputa pelo governo do Estado. Quando questionado sobre o discurso de Miguel Coelho, do União Brasil, de que seria o melhor exemplo de gestor, a partir de Petrolina, Anderson Ferreira risca à faca no chão. “Eu peguei uma cidade cheia de mazela social. Administrar Petrolina com o pai sendo líder do governo … (seria mais fácil). Vem governar Jaboatão”, diz.

Ferreira, em contrapartida, afirma que, na gestão, já mostrou uma gestão de referência para o Estado, com prêmios na ONU e tudo.

Anderson Ferreira vai sair no dia 30 ou 31 de março.

Antes de deixar prefeitura, Anderson Ferreira fará leilão de iluminação pública. O BNDES já fez o mesmo leilão com Miguel Coelho e com Raquel Lyra.

“Depois de passar pelo executivo municipal, saio com uma lição, com pé no chão, é uma lição de humildade (no sentido de que não dá para fazer tudo)”, afirma.

Neste começo de semana, Anderson Ferreira disse ao Blog de Jamildo que é uma pessoa muito focada e não tema a nacionalização da campanha, proposta pelo PSB, para, supostamente, segundo os adversários, não discutir os problemas de Pernambuco. Ferreira acredita que ganha com essa realidade porque será beneficiado com os votos dos bolsonaristas.

“Eu já tenho uma base bastante dura, do voto religioso e conservador, sou competitivo, testado e aprovado. Agora (com a nacionalização) vamos agregar outro nicho, também duro, que é o bolsonarismo raiz”, avalia. “Vamos fazer uma campanha diferente e pé no chão”.

Da mesma forma que Ferreira, os aliados de Raquel Lyra, prefeita de Caruaru que deve sair candidata também pelo PSDB, fazem a mesma crítica. Nos bastidores, eles comparam que Miguel Coelho teve, em três anos de governo, cerca de R$ 1 bilhão em financiamentos antecipadamente, gerando uma espécie de orçamento anual antes de sair da cadeira de prefeito. Com orçamento semelhante, na casa dos R$ 800 milhões por ano, Caruaru teve apenas cerca de R$ 90 milhões em um empréstimo do Banco do Brasil.

Fadiga de material e segundo turno

O prefeito de Jaboatão disse ao blog que conta com uma conjugação de fatores para tentar cumprir a missão do capitão. A principal aposta dele será na fadiga de material, pelo PSB, depois de mais de 15 anos de poder no Estado e na prefeitura da cidade do Recife.

Nas contas que Anderson Ferreira faz, com quatro candidatos majoritários disputando o voto do pernambucano, nestas eleições de 2022, não haveria como ele não estar no segundo turno, com o candidato do PSB, Danilo Cabral.

“Não dá para ser amante do PT”, diz, numa referência à estratégia adotada pelo então candidato Armando Monteiro Neto, ex-ministro de Dilma e que disputou o governo do Estado com Paulo Câmara, em 2014 e 2018. “Em um segundo turno, ai zerou o jogo e teremos outra eleição”.
Pessoa focada

Anderson Ferreira disse que é uma pessoa muito focada e não tema a nacionalização da campanha, proposta pelo PSB, para, supostamente, segundo os adversários, não discutir os problemas de Pernambuco. Ferreira acredita que ganha com essa realidade porque será beneficiado com os votos dos bolsonaristas.

“Eu já tenho uma base bastante dura, do voto religioso e conservador, sou competitivo, testado e aprovado. Agora (com a nacionalização) vamos agregar outro nicho, também duro, que é o bolsonarismo raiz”, avalia. “Vamos fazer uma campanha diferente e pé no chão”.

“No caso deles, eles tem que se agarrar com Lula mesmo”

Sem medo de ser chamado turma de Bolsonaro

Anderson Ferreira diz que já tem uma imagem fixada na população e não teme os ataques da situação.

“Com o estatuto da Família, no Congresso, eu finquei esta bandeira. Eu já tinha um trabalho evangelista, depois aperfeiçoei o dom da política. Tripliquei minha votação sem ter uma prefeitura, depois venci uma disputa majoritária contra três deputados de mandato e prefeito. Fiz um discurso tão amplo que viramos referência. Então, não vão pegar uma pecha e colar encima de mim. A minha biografia já tem uma imagem fidelizada, não cola”, afirma.