Se diz petista de carteirinha, mas se esbalda em elogios, acenos e afagos quando se refere ao governador Eduardo Campos (PSB). Este é o perfil do prefeito de Serra Talhada Luciano Duque que, no jogo da sucessão à presidência da República, tenta acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Durante entrevista a uma emissora de rádio da Capital do Xaxado, no último sábado (15), o prefeito chegou a anunciar apoio a Campos na disputa para 2018.

“Nós temos sido muito bem tratados pelo governo do Estado, mas o PT tem muito a oferecer ainda a este país. Agora, neste momento, estou com a presidente Dilma, porém em 2018 se Eduardo Campos for candidato pode ter certeza que vou estar com ele”, se antecipou Duque, evidenciando o quanto pode ser instável a política partidária. Esmiuçando algumas destas contradições, o crescimento político do neo-petista serratalhadense nasce cercado de oscilações.

Foi secretário de eventos do ex-prefeito Geni Pereira (PSB), nos anos 2000-2004, entretanto rachou para apoiar o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca. Depois pulou para o palanque do deputado Inocêncio Oliveira (PR), onde fez juras de fidelidade e, no final das contas, foi obrigado a sair do grupo após ter sido alijado do último processo eleitoral, contando também com uma ajudinha indireta do governador. Acuado, finalmente (e recentemente) aportou no Partido dos Trabalhadores (PT), onde parece lutar consigo mesmo para encontrar a tão sonhada identidade ideológica numa sigla marcada pela disputa entre tendências internas.