Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Após sofrer um acidente de moto na última segunda-feira (12), no bairro São Cristóvão, o pedreiro José Neto Leite, 57 anos, teve fraturas no braço e na mão. Ele relatou ao FAROL que foi encaminhado para o Hospam pelo Corpo de Bombeiros e, chegando na unidade, um médico plantonista informou que era necessário uma intervenção cirúrgica, mas o procedimento não foi realizado, estranhamente.

O pedreiro afirma que o hospital não está realizando pequenas cirurgias e não poderia encaminhá-lo para outra unidade, pois os médicos que atendem pelo SUS em clínicas particulares da cidade estariam se recusando a atender alegando greve. “Por isso, até agora estou com um braço e um dedo da mão quebrados, inchados, doendo demais e sem previsão de cirurgia”, disse José Neto.

Veja também:   Assaltante aproveita mal estar de vítima para cometer crime em ST

“Quando sofri o acidente só imobilizaram e me mandaram pra casa dizendo que não tinha como fazer a cirurgia no Hospam e nem tinha como transferir para outro hospital porque os médicos que atendem pelo SUS na São Vicente estariam de greve”, lamentou. Com fortes dores, o pedreiro disse que foi novamente ao Hospam na terça-feira (13)e escutou a mesma justificativa:

“Fui de novo na terça e a mesma coisa aconteceu: disseram que iam ligar para ver se tinha como fazer essa cirurgia em outra cidade e até agora não me deram resposta. Estou aqui com muitas dores! O hospital nem está realizando pequenas cirurgias e nem encaminhando para outro local e acabei prejudicado com o braço e a mão inchando muito e sem saber onde pedir ajuda”.

Veja também:   Vereador diz que Márcia só quer usar Sebastião por Marília

OUTRO LADO

A reportagem do FAROL entrou em contato com o Hospam através do diretor geral, João Antônio Magalhães (foto). Em resposta, a direção alegou que não há cenário de greve entre os médicos da rede complementar de saúde.

“O Hospam é um hospital de urgências e emergências, no caso, pacientes com fraturas expostas, luxação e etc. Os casos eletivos, que são pacientes que não correm risco de vida, são referenciados para a rede complementar, a qual mantém parceria com a secretaria de saúde”, disse o diretor, complementando:

“Pacientes com esse perfil (de João Neto) são colocados em sistema pelo núcleo interno de regulação do Hospam, e aguardamos a liberação da vaga através do sistema e só podemos encaminhar esses pacientes após a liberação da central de regulação estadual”, disse o diretor, tentando justificar a demora do caso do pedreiro.

Veja também:   PSOL estadual diz que fazer prefeito em ST é prioridade nestas eleições

Segundo João Antônio, dependendo do tipo de fratura o paciente é encaminhado para um serviço específico e, por isso, alguns acabam aguardando em uma lista para serem encaminhados aos hospitais particulares que atendem pelo SUS na cidade. “E isso infelizmente não depende de mim”, reforçou.