Além disso, o novo ano, para a Lava Jato, deve ter um foco maior em instituições financeiras, que poderiam ter “evitado muitos crimes”, diz Martello, referindo-se à lavagem de dinheiro. “Queremos avançar também na área de compliance dos bancos. Nós percebemos que há muitas falhas nos bancos”, observa.
De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, até agora, os envolvidos com a corrupção terão de ressarcir os cofres públicos e as vítimas do esquema com multas que, no total, chegam a R$ 10,1 bilhões. A esse valor, também deverá se somar a quantia de R$ 6,9 bilhões que serão pagos pelas empresas Odebrecht e Braskem após acordo com a Lava Jato.
“Sem dúvida, foi o ano mais produtivo. A partir de nossos procedimentos fiscais, resultantes das investigações da operação, identificamos R$ 10 bilhões de créditos tributários que foram sonegados pelas empresas e pessoas investigadas”, afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, coordenador-geral de fiscalização da Receita Federal.
Mais provas
Com as delações da Odebrecht –empreiteira acusada de usar contratos com a Petrobras para pagar propina a políticos e servidores–, a Lava Jato espera ter acesso a uma quantidade de provas semelhante a tudo o que foi amealhado nesses quase três anos de investigações, segundo o procurador.
Sobre o ano que se encerra, o procurador do MPF (Ministério Público Federal) diz que 2016 serviu tanto para confirmar o que já se sabia como para abrir novas linhas de investigação. “Você já tinha a tipologia do crime, como ele era praticado, os métodos utilizados, mas algumas pessoas novas apareceram na investigação. E, além disso, houve também uma expansão para outras áreas. Basta ver essa do Rio de Janeiro, que acabou tendo como alvo o ex-governador.”
Martello refere-se a Sérgio Cabral, investigado tanto na Lava Jato, como em uma operação que derivou dela, a Calicute, sob responsabilidade do MPF do Rio de Janeiro.
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