Como previsto, prefeitos que deixam os cargos em dezembro desembarcaram em Brasília. De pires na mão, desfiaram suas angústias num encontro realizado no Senado. Depois, concentraram-se defronte do Planalto. Coordenadora política de Dilma Rousseff, a ministra Ideli Salvatti recebeu representantes do grupo. Ideli anunciou que o governo embrulha um pacote com providências que somam R$ 3,5 bilhões. Junto com o socorro, virá uma medida provisória com regras para a rolagem das dívidas previdenciárias das prefeituras. Serão perdoados: 60% das multas, 25% dos juros e 100% dos encargos.

Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski diz que o pacote de Dilma “não vai solucionar” a encrenca das prefeituras. Mas aliviará o drama dos prefeitos que saem em dezembro. Servirá para “tirar muitos prefeitos do enquadramento de “ficha-suja.” Como assim? “Tem prefeitos que vão ser condenados por causa de cinco, vinte mil reais de restos a pagar [de convênios não honrados pela União].” Segundo Ziulkoski, os gestores municipais “não tiveram suficientes aportes de caixa para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.”

No caso de Serra Talhada, o prefeito Carlos Evandro estava esperançoso que Dilma anunciasse uma cota extra no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para evitar uma onda de demissões na prefeitura. Resta saber se o que foi oferecido pelo governo vai satisfazer o gestor e ajudá-lo a “curar” problemas ocasionados pela redução do FPM. “Carlão” tem dito ser necessário enxugar a “máquina” nesta reta final visando não deixar a chamada “herança maldita” para o seu sucessor, Luciano Duque (PT).

FAROL com informações do Blog Josias de Souza