Publicado às 05h desta quarta-feira (9)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol de Notícias

“Esquece o PSL e esse Bivar, está queimado para caramba. Bote isso no ar, não. Esquece o PSL”. Esta frase do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, sapecada ontem (terça-feira) ao encontrar com um jovem pré-candidato a vereador pela sigla, em Recife, revela a natureza nua e crua do modus operandis do presidente de extrema-direita.

Bolsonaro se elegeu pelo Partido Social Liberal (PSL), cujo presidente nacional é o pernambucano Luciano Bivar, suspeito de corrupção, mas tenta refugar o sumo da fruta que chupou e o guarda-chuva que lhe abrigou.

O PSL hoje é sinônimo de ‘laranja podre’, quando deveria ser exemplo. Pelo menos foi pregado isso durante a campanha: combater a corrupção. Mas os aliados de Bolsonaro não gostaram de ser refugados pelo presidente: “Como você fala do quintal alheio se o seu quintal está sujo? As candidaturas em Minas Gerais e Pernambuco estão sendo investigadas. Mas o filho do presidente também”, disse o deputado Delegado Waldir, líder o governo na Câmara dos Deputados.

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E SERRA TALHADA?

Pois é. Na minha opinião, as declarações de Bolsonaro enterram as pretensões do PSL em Serra Talhada quanto as eleições 2020. Afinal, os líderes da legenda deram a cara à tapa nas eleições passada, indo às ruas pregando o combate à corrupção, a defesa da moralidade, bons costumes e ética na política.

Como vão explicar as cliques feitos ao lado do Luciano Bivar, se o mesmo está sob suspeita de corrupção? Como justificar o esquema de candidatos ‘laranjas’ denunciados por deputados da própria sigla? Como levar a bandeira de Bolsonaro às ruas, no ano que vem, se o próprio presidente disse para esquecer o PSL?

Morreu por inanição. A legenda em Serra Talhada não vai eleger, sequer, um suplente de vereador.

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E que venham as porradas!