Por Paulo César Gomes, professor, historiador, escritor, colunista e repórter especial do Farol

Publicado às 04h40 desta quarta-feira (22)

A campanha eleitoral começou aparentemente fria, pelo menos nas ruas, o que não impede que se diga que ela será extremamente ‘tensa’ e ‘quente’, isso porque essa eleição – como processo – começou logo após o fim do segundo turno de 2014.

Ao longo desse período uma intensa disputa se estabeleceu pelas redes sociais e nas ruas da cidade. Em muitos momentos os discursos raivosos e de ódio tomaram conta, dividindo o país em dois polos políticos bastante distintos.

Muitos dos personagens ocuparam papéis de destaque ao longo dessa disputa chegam a essa campanha como coadjuvantes, figurantes e sombras, a exemplo de Aécio Neves, Michel Temer e Eduardo Cunha. O mesmo não se pode dizer Dilma Rousseff, que poderá ser eleita senadora pelo estado de Minas Gerais.

Em meio a uma estranha junção de ideias conservadoras, ativismo judicial e de direcionamento informativo praticado pelos grandes meios de comunicação, órgãos até então distantes da sociedade, passaram a ter uma visibilidade quase futebolística.

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Bem como juízes e promotores que passaram a ser idolatrados como celebridades hollywoodianas. A Lava Jato, mais bem sucedida operação de combate a corrupção, varreu tudo que viu pela frente, principalmente os petistas. Enquanto isso, os tucanos foram poupados sob alegação de que “falta tempo” para investigá-los.

É sob essa ótica cheia de controversa que a campanha começa, silenciosa, sem o barulho das panelas Tramontina e o brilho das camisas canarinhas da seleção de futebol. O que incomoda é o silencioso som das velhas botinas, que ao lado de pijamas desbotados e que cheiram a naftalina, teimam em sair de uma lata de lixo os quais foram jogados em 1985.

Nesses primeiros dias de campanha, o principal personagem tem sido um velho conhecido, e que mesmo preso, comanda a distância toda a movimentação política. Você pode até não gostar de Lula, você pode até odiá-lo, mas é inegável que ele possui uma grande capacidade de centralizar sobre si o foco das atenções, e de transformar a adversidade em um elemento positivo.

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Uma prova disso é que ele (Lula) é único candidato que cresce nas pesquisas, algo que impressiona, visto que até no estado de São Paulo, tradicional reduto tucano, ele lidera as pesquisas.

Bem como no Rio Grande Sul e em outros estados do sul e sudeste. O que acaba por sepultar a falácia de que o voto lulista resumisse aos ‘menos esclarecidos’ nordestinos. Uma coisa é certa, o resultado final da eleição presidencial passará por Curitiba.

A disputa em Serra Talhada

No tocante a Serra Talhada, a situação é bem distinta em relação a 2014, já que naquele ano o prefeito Luciano Duque (PT) conseguiu colocar praticamente todos os seus candidatos na condição de majoritário na cidade. A única exceção foi o falecido Deputado Federal Pedro Eugênio (PT), que perdeu para o deputado Sebastião Oliveira.

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Desta vez, Duque poderá ver apenas o deputado Augusto César como majoritário, isso porque a ação do PT de retirar a candidatura de Marília Arraes e o apoio da bancada de vereadores governistas a diversos candidatos, fará com que ocorra uma pulverização dos votos duquistas.

Mesmo com o prestigio em alta, Luciano poderá assistir o seu principal adversário político, Sebastião Oliveira, eleger-se com uma votação na casa dos 20 mil votos e ainda colocar como majoritários em Serra Talhada, o governador Paulo Câmara (PSB) e os candidatos ao Senado, Humberto Costa(PT), Valdemar Oliveira (PR) e Jarbas Vasconcelos (MDB).

Mas como em política o resultado só se sabe quando as urnas são abertas, então vamos aguardar para ver que se sai melhor desse embate eleitoral.