Coluna SAPIÊNCIA com PAULO BEZERRA*

*Mestre em Biodiversidade e Conservação pela UFRPE-UAST/ Bacharel em Ciências Biológicas pela UFRPE-UAST. / Coordenador do Grupo de Estudos em Ecologia e Conservação da Herpetofauna-GEECOH

Os cientistas já identificaram e catalogaram formalmente entre 1,4 e 1,8 milhões de espécies, entretanto, estima-se que no planeta Terra residem aproximadamente 1 trilhão de seres vivos diferentes que poderiam ser identificados e registrados a nível de espécies. A grande maioria dessas espécies ainda desconhecidas pela biologia são formas de vida simples – microrganismos – de tamanho microscópico (‘invisíveis ao olho nu’) como bactérias, protozoários e fungos, formados por uma única célula. São os chamados organismos unicelulares.

Sabendo dessa quase imensurável diversidade de espécies vivendo na Terra e de tantas outras a se descobrir, vocês já pararam por um instante e se perguntaram – E se na Terra houvesse apenas uma única espécie, qual espécie seria? – Bom, eu não saberia responder categoricamente a vocês. Porém, infelizmente parece que alguns indivíduos da nossa espécie estão seguindo à risca o plano de dizimar todas as outras espécies e viver sozinhos neste planeta.

Pois, agem de maneira irracional utilizando os recursos naturais de maneira insustentável como se fossem infinitos e fossemos autossuficientes em termos ecológicos. No outro extremo, uma minoria formada por indivíduos sensíveis às causas ambientais (grupo o qual faço parte) se indaga: – Para aonde vamos? Qual será o nosso desfecho se continuarmos minando a resiliência do nosso planeta de maneira banal e descompromissada com o futuro da Terra e das próximas gerações?

Vivemos num cenário de crise ambiental, à beira de um colapso global, o aquecimento do planeta é uma problemática que tem se mostrado aparentemente insolúvel, as taxas alarmantes de perda da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos são eventos que tem causado preocupação em certa parcela da população. Nós criamos os problemas na tentativa de alcançar o tão sonhado “progresso” e o bem-estar, porém, será que somos capazes de solucioná-los? Não sabemos!

Estima-se que nossa espécie, o Homo sapiens, surgiu no planeta Terra há cerca de entre 300 mil a 200 mil anos, tendo adquirido o comportamento moderno por volta de 70 mil a 50 mil anos atrás, durante a Revolução Cognitiva. Desde então, tem modificado os ecossistemas que habita, algo até então esperado por qualquer espécie que interage com o meio. Entretanto, nos dias atuais os impactos causados pelas ações humanas tomaram dimensões catastróficas e sua influência é tão devastadora que alguns pesquisadores nomearam a Era em que estamos vivendo de Antropoceno (do grego anthropo que significa “humano” e ceno que significa “novo”), graças à intervenção humana na biosfera.

Mas, como fomos capazes de originar uma nova Era geológica? Bem, é importante que caracterizemos essa Era para que possamos entender quais impactos provocados pelo homem levaram a essa mudança de regime. O termo Antropoceno foi cunhado por volta de duas décadas atrás na tentativa de expressar a mudança na amplitude dos impactos na relação entre o homem e o planeta Terra. É caracterizado pela transição da Era geológica anterior o Holoceno, ocasionada majoritariamente pela ação antrópica (de origem humana), em outras palavras, nós humanos somos a “força” responsável pela mudança para o Antropoceno.

As mudanças climáticas e o aquecimento global provocado amplamente pelas emissões exacerbadas de dióxido de carbono (CO2) e o aumento do buraco da camada de ozônio foram apenas alguns indícios dos impactos causados pelo homem desde a revolução industrial nos séculos XVIII e XIX.  Bem como, tem exercido influência sobre o ciclo da água, interceptando o curso dos rios para geração de energia através da construção de hidrelétricas (principal matriz energética do Brasil), alterando o aporte de água e nutrientes para os oceanos.

Além das mudanças no uso da terra provocadas pela agricultura mecanizada que mudam a dinâmica do escoamento superficial, das interações do vapor de água entre a superfície e a atmosfera e o regime das chuvas. Essa série de mudanças em congruência são evidências fortíssimas para que apontemos a espécie humana como potencialmente capaz de rivalizar com outras forças da natureza, atuando de tal modo que afeta o funcionamento de maneira global à vida na Terra.

Na busca desenfreada pelo progresso e a globalização, o Antropoceno marca o fim da agricultura como atividade dominante da espécie humana e a transição para um modo de vida industrial, sendo um dos marcos para passagem de um período para o outro.  As novas maneiras de se obter energia, sobretudo com a substituição da madeira bruta por combustíveis fósseis, a produção e utilização de maquinário avançado e que maximizava a produtividade são resultantes dessa mudança. Sem sombra de dúvidas, o avanço mais impactante do Antropoceno foi a exploração dos combustíveis fósseis. É bem verdade que até hoje, fontes de energia como petróleo e gás natural, são amplamente utilizados, porém, foi durante a revolução industrial que os combustíveis fósseis possibilitaram a implementação de novas atividades e o desenvolvimento de algumas já existentes.

Todavia, é importante frisar que foi nesse contexto que algumas problemáticas surgiram tendo resultados nocivos aos ecossistemas. Um dos processos também utilizado em escala industrial até os dias atuais é o processo chamado de ‘Haber-Bosch’ ou síntese industrial do amoníaco. Basicamente o processo consiste na fixação de amônia a partir do nitrogênio do ar em altas temperaturas e alta pressão, sendo utilizado amplamente na produção de fertilizantes. A essa altura, a agricultura intensiva podia acelerar a produção, pois, não necessitava mais das interações entre as raízes de plantas leguminosas e bactérias fixadoras de nitrogênio para sua expansão. Como reflexo dessa inovação, os ecossistemas naturais foram convertidos rapidamente em terras agriculturáveis.

Todas essas inovações que surgiram durante o Antropoceno possibilitaram que a espécie humana experimentasse um aumento populacional significativo, de 1800 aos anos 2000 a população mundial cresceu de um bilhão para seis bilhões de seres humanos, aumentando significativamente os impactos humanos na Terra, hoje somos cerca de 7,8 bilhões de Sapiens.

Desde então, a produção de alimentos no mundo cresceu de maneira vertiginosa, impulsionada sobretudo pelo uso demasiado de fertilizantes. A expectativa era que essa expansão global das fronteiras agrícolas seguisse o crescimento populacional e provesse alimentação para toda população global. Devastar áreas com tamanhos equivalentes a países tinha como pretexto saciar a fome do mundo. Até hoje em países pobres e subdesenvolvidos à fome assola profundamente suas populações, sobretudo na África.

Recentemente a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgou o relatório do mapa da fome no mundo de 2021. A conclusão foi que cerca de 811 milhões de pessoas estão subalimentadas no mundo. Estima-se que entre todas as pessoas subalimentadas, mais da metade (418 milhões) vivem em países da Ásia e cerca de mais de um terço mais de um terço (282 milhões) no continente Africano e uma proporção menor (60 milhões) vive na América Latina e no Caribe.

Em contrapartida, a produção global de grãos foi estimada em 2,82 bilhões de toneladas, essa quantidade de alimento supriria tranquilamente as demandas globais por alimento no mundo, mas o cálculo não fecha, são quase um bilhão de pessoas passando fome e essa produção agrícola está indo para aonde? E o problema dos ecossistemas que a cada dia são suprimidos em detrimento do Agronegócio? O problema é alimentar a população mundial ou é apenas o pretexto para expandir as fronteiras agrícolas visando o capital de lucro? Para que se preocupar, o “AGRO É POP, É TUDO!”.

Um dos efeitos nocivos desencadeados no Antropoceno foi o aumento dos gases que provocam o efeito estufa (retenção de calor na atmosfera terrestre). É importante lembrar, que o fenômeno ocorre de maneira natural no planeta, entretanto, os níveis de emissão de CO2, metano e óxido nitroso fizeram com que os níveis do aquecimento aumentassem majoritariamente após a industrialização. Logo no início da Revolução Industrial, por volta do período entre 1750 a 1825, os níveis de CO2 atmosférico (em ppm – partículas por milhão) estavam dentro da faixa de variação esperada para o Holoceno (277 ppm em 1750; 279 ppm em 1775; 283 ppm em 1800 e 284 ppm em 1825.

Somente em 1850 os níveis de CO2 atmosférico ultrapassaram os limites para o Holoceno, com concentrações atingindo a marca de 285 ppm e em 1900 com 296 ppm. Atualmente as previsões são de 419,3 ppm. Essas concentrações são consideradas indícios fortíssimos de que o homem tinha iniciado o processo de transformação da dinâmica global da Terra de maneira discernível em relação a Era passada.

Diante das evidências supracitadas, acredito que podemos enxergar com nitidez que a espécie humana realmente foi a grande responsável pela mudança geoambiental a qual experimentamos hoje. A capacidade de uso de novas tecnologias e fontes de energia, atrelado a um rápido crescimento populacional e a expansão da capacidade agrícola ocasionaram efeitos devastadores no ambiente em dimensão global. Nossa ânsia desenfreada e irracional pelo que o capitalismo chama de progresso deixou marcas profundas nos ecossistemas e as sequelas podem ser vistas até hoje. Nossa espécie está transformando as áreas naturais, exaurindo os ecossistemas e desse modo, mudando as dinâmicas de resiliência e afetando os serviços gratuitos e essenciais à vida prestados pelos mesmos.

A palavra resiliência tem sido empregada constantemente na mídia, nas redes sociais e na psicologia. Nesse sentido, seu significado implica na capacidade de um indivíduo enfrentar problemas, lidar com conflitos e desafios, resistir a pressões e estresses, adaptar-se às mudanças e superar determinados obstáculos que surgem em sua vida. A palavra foi emprestada pelos físicos que estudam sistemas dinâmicos e utilizada em diversas áreas, inclusive a ecologia. De certo modo, excetuando as especificidades, a aplicação do conceito não difere muito entre as áreas as quais é empregado, creio eu que deste modo facilite o entendimento.

Sob uma ótica estritamente ecológica, a resiliência dos ecossistemas é caracterizada pela capacidade que um sistema possui de absorver perturbações e reorganizar-se durante essa mudança de modo a manter essencialmente, a mesma função, estrutura, identidade e dinâmica. Um exemplo ilustrativo seria como uma porção de um ecossistema marinho exposto a um derramamento de petróleo responde a esse distúrbio e volta ao seu estado original. Estudos têm demonstrado que as ações antrópicas podem transformar os ecossistemas e afetar os serviços, tornando-os menos produtivos com estados sistêmicos indesejáveis.

Os ecossistemas são complexos e capazes de se adaptar, e isso ocorre em parte pelo papel funcional dos organismos que compõe a parte biótica (comunidade biológica) desse sistema. Sabe-se que os ecossistemas não respondem sempre de maneira gradual às perturbações. Existem limiares, limites que marcam uma possível mudança de um estado para outro, transpor um determinado limiar pode acarretar em mudança na trajetória da resposta do sistema perante um impacto, fazendo com que ele mude de direção provocando mudanças no seu estado.

Por exemplo, mudanças na turbidez da água em lagos, ocasionado por uma magnificação de um nutriente (aumento exacerbado) ou um pesticida. O aumento das concentrações de CO2, as taxas atuais de extinção de espécies, alterações nos ciclos biogeoquímicos, conversão das áreas de vegetação natural em pastagens e cultivos são exemplos de ações humanas que têm causado mudanças na resiliência dos ecossistemas.

Existem diversos exemplos de mudança de estado e capacidade de resiliência dos ecossistemas. Podemos citar os casos clássicos das mudanças de coloração da água provocada por incrementos de fósforo e aumento da abundância do fitoplâncton (conjunto de algas microscópicas), afetando a ciclagem do fósforo, entrando no regime de “águas claras”. Por outro lado, no regime de águas turvas os serviços ecossistêmicos são mais baixos e são acarretados pela presença de cianobactérias (águas azuis), cenários de anoxia (baixos níveis de oxigênio) e mortalidade de peixes.

Mudanças em ecossistemas florestais podem ocorrer como o processo de “savanização” da Floresta Amazônica. Somos extremamente dependentes dos serviços gratuitos oferecidos pelos ecossistemas: água potável, purificação do ar, chuva, recursos alimentícios, beleza cênica, recreação, ciclagem de matéria, fontes de energia, polinização. Mas, na plenitude da nossa capacidade racional, colocamos em cheque a estrutura e oferta desses serviços.

Numa estimativa de valoração monetária global, em 1994 os serviços ecossistêmicos obtiveram um valor médio de US$ 33 trilhões em relação ao PIB mundial de US$ 18 trilhões de dólares. Mesmo toda riqueza global acumulada não foi suficientemente mais valiosa que os serviços ecossistêmicos, é obvio que isso é uma aproximação, mas os números nos dão uma ideia do que seria a realidade. Uma valoração ambiental feita recentemente calculou na faixa dos 6 trilhões de reais os serviços ecossistêmicos fornecidos pela vegetação nativa de áreas protegidas em propriedades privadas no país. Mas será que a população sabe da real importância desses serviços?

O que estamos fazendo para preservar esses processos? Para manter os estados de resiliência altos o suficiente para reagir a impactos? Creio que pouquíssimos são os esforços nessa frente de combate. A cada dia as grandes potências mundiais tentam multiplicar suas receitas internas às custas da poluição e degradação do meio ambiente, acordos em relação ao clima são rasgados e assinaturas de signatários são apagadas como um borrão qualquer.

Depois de todos esses impactos e transformações na biosfera para aonde os Sapientes irão? Existiriam fronteiras seguras para a atividade humana sem degradar ainda mais o planeta? Uma equipe de pesquisadores liderados por Johan Rockström do Centro de Resiliência de Estocolmo propuseram para comunidade científica e civil, tomadores de decisão, órgãos ambientais e chefes de estado, um modelo denominado de “Limites Planetários” que consiste em um “espaço operacional seguro para humanidade” como uma proposta para manejo da biosfera e desenvolvimento sustentável.

O grupo identificou nove sistemas de suporte à vida no planeta Terra. São eles: Mudança climática, acidificação dos oceanos, emissões que destroem a camada de ozônio, ciclo do nitrogênio e do fósforo, uso de água doce, mudanças no uso da terra, taxa de perda da biodiversidade, carga atmosférica de aerossóis e contaminação química. O argumento é que existem determinados limites que uma vez transgredidos podem ocasionar mudanças ambientais globais abruptas e irreversíveis, conhecidos como ‘pontos de virada’.

E vocês devem estar se perguntando – Alguma fronteira foi ultrapassada? – Tratando-se de Homo sapiens a pergunta torna-se retórica e sinto lhes dizer, mas a resposta é SIM! Nós já rompemos o limite de três sistemas de suporte à vida. Já ultrapassamos os limites das fronteiras das mudanças climáticas com as emissões catastróficas de CO2, desencadeando o aquecimento global e mudanças nos regimes das chuvas.

“A taxa de perda da biodiversidade já foi superada e é 1.000 a 10.000 vezes superior à taxa natural de extinção e os cientistas postulam que estamos vivendo ‘A Sexta Grande Extinção”. O problema pode ser ainda mais grave, pois sabemos apenas uma taxa de perda de numérica de espécies, mas não da funcionalidade dessa totalidade de espécies nos ecossistemas. A última fronteira transpassada foi a do ciclo do nitrogênio com produção em escala global de fertilizantes às custas da queima de combustíveis fósseis.

Diante de todos esses argumentos sobre a influência da espécie humana na Terra não vejo resolução para a pergunta inicial – Para aonde vamos? De certo, é que com a estimativa do crescimento populacional atingindo os 11,2 bilhões de indivíduos em 2100 e com a onipresente necessidade de alimentar toda essa gente os ecossistemas se findarão caso novas formas de se obter alimento e cessar os desperdícios não forem implementadas. Há quem diga que as próximas fronteiras são extraterrestres e que existem planos mirabolantes de alguns bilionários para colonizar outros planetas do sistema solar, o meu ver, tudo não passa de um grande filme “trash” de ficção científica.

O Homo Sapiens do alto da sua soberba, repleto de manias de grandeza, exalando seu ar de superioridade por toda imensidão da Terra não para um instante sequer para refletir que entre todas incontáveis e complexas formas de vida do planeta ele é realmente diferente. Não por ser imbuído de algo que o faça especial perante todas as demais e digno de aclamação. Mas por ser a única dentre todas as outras capaz de provocar à autodestruição da própria espécie, ironicamente de ‘maneira racional’. Deste modo, o Homo sapiens marcha a passos largos para sua sentença final.

Creio que a Terra ficará aqui, em bilhões de anos o planeta em que vivemos passou por tanta coisa, só não estava preparado para o modo de vida extremamente egoísta e aniquilador da nossa espécie. Mas espero que seja resiliente o suficiente para suportar os nossos impactos, presenciar nossa extinção e seguir por outros eóns acompanhando o surgimento de novas formas de vida que saibam utilizar a ‘sapiência com sabedoria!’

Finalmente, mesmo sem querer acreditar, alerto que estamos indo em rota de colisão à nossa própria extinção. Somos a única espécie capaz de decidir os rumos da nossa existência, porém sendo no mínimo pragmático, podemos num futuro próximo, deixar de habitar o planeta azul, que está ficando cada vez mais cinza à medida que permanecemos nele.

Referências

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