Serra Talhada é a maior cidade do Sertão do Pajeú e vive o drama de não possuir um Instituto de Medicina Legal (IML), mesmo dispondo de uma população flutuante em torno de 100 mil habitantes. As principais lideranças políticas da cidade demonstram que não possuem força e influência para conquistar o benefício. A ausência do IML coloca em xeque o título de 4º polo médico de Pernambuco, tão propagado por esses próprios políticos. Principalmente, em período eleitoral.

O exemplo desta necessidade ficou comprovada na última quarta-feira (23), no sepultamento de Antônio Sávio Gama, encontrado morto na última segunda-feira (21). Seu corpo teve que ser periciado pelo IML de Caruaru, causando mais desconforto aos familiares, uma vez que já se encontrava em estado de putrefação. “É uma situação muito humilhante para os familiares que sofrem com a dor da perda e ainda passam por este constrangimento”, lamentou o empresário Mário Olímpio Cavalcante.

Inércia e Fraqueza

A fraqueza da classe política em conquistar este beneficio é vísivel. Em fevereiro, a Câmara Municipal de Serra Talhada aprovou o Requerimento Nº 004/2012, de autoria do vereador Ronaldo de Deja (PSDB), cobrando do governador Eduardo Campos (PSB), do deputado Inocêncio Oliveira (PR) e do secretário de Saúde, Antônio Filgueira, a instalação do IML na Capital do Xaxado. Em seguida, o deputado Inocêncio enviou um ofício ao governador, com apenas três linhas (ANEXO) que mais parece um pedido de desculpas. 

Indignado, o vereador Ronaldo de Deja lamentou tanta liderança política com tão pouco retorno para cidade. “Temos quatro deputados que representam Serra  Talhada, que são da base do governo, e pouco se consegue para esta cidade? É triste observar tudo isto”, desabafou o parlamentar. O final desta história ainda é mais complicada. Em abril, o secretário de Saúde enviou resposta ao pleito, informando que não era da competência daquela pasta instalar o IML e que iria encanminhar o oficio para um outro departamento.