O deputado Augusto César (PTB), ex-prefeito de Serra Talhada (1993/96) abriu a “caixa preta” e confessou que não alimenta trauma algum quando acusado de ter deixado o governo devendo seis meses ao funcionalismo público. Sobre isso, ele discorda dos que teimam em taxá-lo de “prefeito seis mesinhos”, termo que acabou caracterizando a gestão do petebista para muitos serratalhadenses. Defendendo a própria reputação, o parlamentar se explicou afirmando que teria saído do governo devendo apenas três meses porque faltaram recursos. E finalizou, em entrevista a uma rádio local, revelando que chegou a contrair empréstimos para tentar deixar as contas em dias e que não teria embolsado nada.

O deputado tentou compensar garantindo ter pago a categoria de garis quinzenalmente e que não tinha, na década de 90, a estrutura administrativa que Carlos Evandro (sem partido) possui atualmente. “Eu discordo (das pessoas que dizem que devi 6 meses). Tenho minha consciência tranquila. Eu tirei empréstimos com a presença de todos. Não paguei (os servidores) por que Augusto embolsou, não! Não paguei porque nós não tínhamos recursos como temos hoje”, se explicou o petebista, ressaltando que na sua época como prefeito a receita de Serra Talhada representava cerca de R$ 400 mil mês.

“E hoje é quase R$ 12 milhões por mês. E ainda se lamenta por que não se paga o funcionário. Mesmo assim eu pagava 10 salários a um médico. Hoje, se tem recursos e só se diz não tem dinheiro, ninguém sabe onde está (o dinheiro)? Eu não tenho nenhum trauma quando se fala nos seis ‘mesinhos’. Só algumas secretarias ficaram sem receber três meses, o resto eu paguei tudo”, garantiu, seguindo alfinetando a gestão Carlos Evandro.

“Eu não tinha o suporte que tem hoje, com deputados injetando dinheiro, Governo do Estado, Federal… enfim, então, o que é recursos próprios? É o que se bota na conta e o prefeito faz ou é o que é gerado pelos impostos de Serra Talhada? Sebastião mostrou por diversas que várias ruas foram feitas com recursos injetados por ele, mas o prefeito (Carlos Evandro) dizia que tinha sido ele mesmo quem fez. E isso não aconteceu no meu governo”, comparou.