Fotos: Farol de Notícias/Max Rodrigues

Publicado às 05h20 desta quarta-feira (2)

A fila na Praça Sergio Magalhães para o atendimento da Caixa Econômica, a maioria beneficiários do auxílio emergencial vem crescendo cada vez mais, gerando aglomerações e conflitos devido as condições de atendimento.

Na manhã dessa terça-feira (1º), por volta das 11h30, a equipe do Farol, esteve no local atendimento e conversou com algumas pessoas, que debaixo de um sol escaldante, esperavam com paciência a hora do atendimento.

Lucilene Maria, 28 anos, estava na fila desde às 7h da manhã, sendo que pouco antes do 12h ainda não tinha pego sequer a senha. Segundo ela, se a Caixa contratasse mais funcionários na organização da filas o atendimento melhoraria.

”Quando eu cheguei já estava essa multidão e ainda não andou nada. Todo mês é assim esse monte de gente na fila, mas está aumentando. Das outras vezes que eu vinha ficava na fila lá embaixo e agora botaram para cá pra cima. E também não tem fila, é tudo misturado. Muita gente não consegue resolver pelo a aplicativo. Não consegue transferir aí tem que vir resolver aqui para poder receber. É difícil perder o dia de serviço e ficar aqui na fila o dia quase todo, mas a gente precisa receber. Se a Caixa colocasse mais gente para organizar as filas e entregar as senhas ficaria melhor pra gente.”

A insatisfação em relação as filas, para Denise da Silva Santos, 28 anos, também é motivada pela probabilidade de contaminação do coronavírus porque não se sabe quem pode está infectado. Ela acredita que determinando uma quantidade de fichas poderia melhorar a situação das inúmeras pessoas que enfrentam a fila.

”Não pude chegar mais cedo porque fui exercer meu serviço depois foi que eu vim 10h para poder fazer a transferência do auxílio. Não tinham como fazer pelo aplicativo porque estou sem celular, mas desse tanto de gente que ainda não recebeu nem senha, acredito que só vou ser atendida umas quatro e meia. Por conta dessa pandemia, não era para existir essa fila dessa forma. Poderia organizar, ter a quantidade de ficha para a gente saber o horário de chegar e de sair, mas fica desse tanto de gente tumultuado e a gente não sabe quem está com o Corona e quem não está.”

Tatiara dos Santos Silva, 25 anos, que reside em Triunfo, foi uma das entrevistadas que chegou mais cedo na fila. Ela também falou sobre a desorganização no atendimento. Segundo Tatiara, ainda não atendem pela ordem de chegada e isso, prejudica o atendimento e gera conflitos.

Eu cheguei aqui 6h30, sou de Triunfo e precisei acordar mais cedo pra ir para o ponto do carro pra poder pegar. Pegaram meu nome, estou aguardando chamar, mas até agora nada. É uma desorganização muito grande porque quem estava atrás já foi chamado, quem estava na frente não foi ainda. Percebemos que eles não estão atendendo pela ordem de chegada. Isso prejudica muito o atendimento, principalmente para o pessoal que vem de outras cidades, que ficam aqui o dia todo sem comer, num sol quente desse. Acaba tendo confusão e gerando conflito por aqui. Pede para não aglomerar, mas não tem como, ninguém vai ficar penando no sol quente. É pouca sombra para muita gente. Deveriam organizar as filas e disponibilizar um ambiente coberto.”

Marcos Henrique, 33 anos, havia chegado 7h, mas fez questão de enfatizar que tem pessoas que chegam de 3h, 4h da manhã para aguardar o atendimento e que já presenciou pessoas passando mal na fila por ficarem muito tempo expostas ao sol. Para ele isso é desrespeito com o cidadão, sugere que contratem mais funcionários, mas espaços de atendimento e tendas para os proteger do sol.

Essa situação, uma fila desse tamanho mostra que eles não tem respeito por ninguém. Nas Caixas das outras cidades, eles fornecem tendas e água, mas aqui nada. Fiquei na parte de cima até agora no sol, quando eu cheguei era 7h  e a fila já estavam grande. Muita gente aqui está chegando 3h, 4h da manhã para poder ser atendido. O banco está desrespeitando os clientes, porque, de certa forma, somos clientes, não é porque é do auxílio que o povo deixa de ser cliente. Eles tem que mudar a forma de atendimento, contratar mais pessoas, mais lojas para ampliar o atendimento e tendas principalmente. Tem casos de várias pessoas que passam mal na fila. Hoje, graças a Deus ninguém passou mal, mas já presenciei isso outros dias.”

Isabel Oliveira, 50 anos, relatou que: ”tem pessoas que vão embora sem ser atendido. Tem uma aqui na fila que veio ontem passou o dia todo e não foi atendida, teve que vir hoje novamente. O mês passado fiquei o dia todinho aqui no sol. Era para ter mais organização porque a gente fica aqui assim sem saber nem se vai ser atendida.”