Publicado às 04h12 desta segunda-feira (30)

Por Clayson Cabral, especial para o Farol

Depois que a quarentena imposta pelo governo de Pernambuco, em função do Covid-19, entrou em vigor, muitos estão seguindo à risca as recomendações dos órgãos competentes de saúde para se manter em casa e evitar as aglomerações.

Bares e restaurantes permanecem fechados apostando agora na entrega em domicílio, via vendas por aplicativo, onde as entregas cresceram em torno de 90%.

Entretanto, em vários bairros de Serra Talhada, as antigas bodegas estão em meio ao ‘furacão’. São pequenos pontos comerciais, sem muita modernidade como redes sociais ou aplicativos de entregas, onde se vende de tudo; desde produtos alimentícios, frutas e legumes como também acessórios e produtos de limpeza, que lutam para manter-se nestes tempos de epidemia.

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A reportagem do Farol foi às ruas para conversar com alguns ‘bodegueiros’ e saber como anda a rotina desses pequenos comerciantes, e quais as expectativas, porque a maioria tira o sustento e dependem das bodegas para deixar as contas em dia.

“Rapaz ninguém tá comprando quase nada né? as vendas aqui caíram 70%. Funcionamos de domingo a domingo e ninguém tá saindo de casa, mas tenho a esperança que logo logo vai melhorar”, afirmou Enoque Pereira, 66 anos, bodegueiro há mais de 20 ano nos bairro Alto da Conceição.

Aos 80 anos, Dona Lindaura também mantém a esperança de exterminar o Covid-19. “A crise está aí por conta desse vírus e eu fico pensando como vou pagar as contas né? As vendas caíram muito e minha expectativa é que esse vírus passe logo ou a gente continua ou para de vez né?”.

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Rildo da Bodega

Em outra localidade, próximo à Praça Lampião, conversamos com Rildo Cordeiro, 62 anos, que negocia há 32 anos na ‘bodeguinha’ e falou da sua rotina em meio a essa pandemia.

“Aqui as vendas caíram muito se alguém disser que não caiu é mentira, mas caíram bastante em torno de 90%. A pessoa passa o dia todinho aqui, de domingo a domingo, de manhã aparece alguém pra comprar ovos, coentro, biscoito, mas é assim agora. Tudo parado. Nessa praça tinha muito movimento agora ficou esquisito. Eu fico até com medo e estou fechando as portas mais cedo, mas parar eu não posso, eu tenho que pagar as contas né?”, reforçou Rildo Cordeiro