Publicado às 04h49 desta sexta-feira (17)

Por Paulo César Gomes, Professor, historiador, membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL) e pesquisador

Nos poucos mais de cinco meses de mandato, Jair Bolsonaro tem deixado um rastro de pólvora por onde passa, fato que seria hilário se não fosse tão trágico. A realidade é que ele ainda não disse para o que veio, e se disse, mostrou isso apenas para uma pequena parcela de seguidores, já que segundo as pesquisas, o apoio ao governo cai vertiginosamente a cada mês.

O lado trágico é que a taxa de desemprego só aumenta e os indicadores econômicos parecem entrar no poço sem fundo, mas como sempre, a justificativa é que a culpa é dos governos anteriores. Porém, é bom advertir ao ex-capitão, que um dia a conta desse desastre econômico vai bater à porta dele.

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A bem da verdade, o governo de Bolsonaro tem sido extensão da sua campanha eleitoral, é como se nós estivéssemos vivendo um terceiro turno. Mesmo eleito, o presidente mantém uma rotina de enfrentamento a todos: jornalistas, ambientalistas, ativista políticos. E agora, ele resolveu enfrentar os estudantes. Em tom de extrema grosseria ele taxou estudantes de “… idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra…”.

O governo, e boa parte dos seus seguidores, parecem desconhecer a força da juventude, um setor da sociedade que em todo o mundo tem promovido transformações importantes, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Foram os estudantes os que mais resistiriam e sofreram com a violência da Ditadura Militar, mas no final a democracia prevaleceu, e a luta dos jovens acabou não sendo em vão. Foram eles também decisivos para a queda de Fernando Collor em 1992.

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Menosprezar tamanho legado histórico e a força que emana das vozes juvenis, parece ser um tiro no pé. Um ato suicida em se tratando de um governo instável e que ainda não conseguiu explicar com clareza o “escândalos dos laranjas do PSL”, a proximidade da ‘família real’ com as milícias do Rio de Janeiro e as denúncias de lavagem de dinheiro envolvendo Flávio Bolsonaro, feitas pelo Ministério Público. Bolsonaro está optando pelo confronto e os ‘rounds’ já estão marcados, 30 de maio e 14 de junho. Desse embate alguém saíra derrotado, e que seja o lado errado da história!