Da Folha de PE

O presidente Jair Bolsonaro chamou a organização não governamental Greenpeace de “lixo”, nesta quinta-feira (13), e afirmou que avaliará a proposta de um deputado para criar um Ministério extraordinário para a Amazônia.

“Quem é o Greenpeace? O que é essa porcaria chamada Greenpeace? Só lixo, é lixo”, respondeu o presidente a jornalistas que o questionavam sobre a decisão de recriar o Conselho da Amazônia, nos arredores de sua residência oficial em Brasília.

O presidente afirmou que vai avaliar a criação de um Ministério extraordinário para a Amazônia, proposta apresentada pelo deputado do Amazonas, Átila Lins (PP-AM). Depois de uma reunião entre ambos, Bolsonaro o acompanhou no contato com seguidores e jornalistas.

“Não posso aceitar [a proposta] aqui e agora”, pois envolveria “despesas e um impacto [financeiro] negativo de mais um ministério”, disse Bolsonaro.

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Questionado dentro e fora do Brasil pela falta de políticas em favor do meio ambiente, o governo brasileiro decidiu retomar o Conselho da Amazônia, agora liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e composto por 14 ministérios, mas sem nenhum dos governadores dos estados amazônicos. Segundo o presidente Bolsonaro, “não resolve nada” incluir os governadores.

Durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, a Amazônia foi o centro do debate nacional e internacional, devido ao aumento de focos de incêndio por desmatamento. Os governadores dos nove estados amazônicos participaram de reuniões em Brasília, algumas delas expressando críticas à posição do Executivo nacional.

A favor da abertura das reservas naturais e das terras indígenas à mineração e à exploração de seus recursos naturais, Bolsonaro geralmente minimiza os impactos do desmatamento ambiental e trata o assunto como uma questão de soberania nacional.

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“Toda Austrália pegou fogo e ninguém disse nada (…). O papa Francisco disse ontem que a Amazônia era dele, de todo mundo. Por acaso, o embaixador da Argentina [Felipe Solá] estava aqui, [eu disse] veja, o papa é argentino, mas Deus é brasileiro”, afirmou Bolsonaro.

Na quarta-feira, o papa divulgou uma exortação apostólica chamada “Querida Amazônia”, na qual defende a preservação ambiental da região diante do ataque de madeireiros e fazendeiros e se pronuncia pelo respeito aos direitos dos povos originários.

O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 85,3% em 2019, o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, totalizando 9.166 quilômetros quadrados, segundo dados oficiais.