Publicado às 04h52 desta quinta-feira (15)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol

Depois de sugerir que um jornalista deveria defecar um dia sim, um dia não; para ajudar a diminuir a agressão ao meio ambiente, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a ‘falar merda’ literalmente. Nessa quarta-feira (14), durante inauguração de uma escola que ganhou o seu nome, no Piauí, o presidente comparou os comunistas e corruptos a cocô, dizendo que todos seriam extirpados.

“Nós vamos acabar com o cocô no Brasil. O cocô é essa raça de corruptos e comunistas”, afirmou ao microfone, garantindo ainda que iria ‘varrer para a Venezuela a turma vermelha de corruptos’. Não menos curioso, é que Bolsonaro foi homenageado e estava ao lado de um político que foi cassado por corrupção, o prefeito de Parnaíba (PI), Francisco ‘Mão Santa’, que foi o primeiro governador cassado por corrupção no País.

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Ora, cocô corrupto só vale para os outros? Não vale para os cocôs do PSL ou de outros partidos?

Mas esta é uma outra história, muita mais fétida. Aliás, tenho a impressão que o presidente tem algum trauma de infância mal resolvido. Talvez, um desarranjo intestinal onde ficou defecando por uma semana, e teve que ser internado. É só uma possibilidade, não uma afirmação.

POR QUE NÃO OUTRA PAUTA?

Levanto agora uma outra pauta para debate, talvez mais necessária neste momento. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania mostram que a pobreza extrema no país aumentou e já atinge 13,2 milhões de pessoas. Nos últimos sete anos, mais de 500 mil pessoas entraram em situação de miséria.

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O Nordeste tem o pior cenário, sendo que as maiores taxas a cada 100 mil habitantes são do Piauí (14,087), Maranhão (13,861) e Paraíba (13,106). De junho de 2018 a junho de 2019, Roraima e Rio de Janeiro tiveram o maior aumento da extrema pobreza, com incrementos de 10,5% e de 10,4%, respectivamente.

Entendo que a pauta de Jair Bolsonaro é outra, exterminar cocôs, mas após oito meses de governo, não é hora de mudar o rumo da prosa, apresentando um plano para erradicar a miséria no Brasil? E não me venham com 13ª do Bolsa Família que não vale. É coisa dos comunistas do PT.

Antes de terminar estas mal tecladas linhas, e ir até a casinha fazer as minhas necessidades do dia, conclamo aos bolsonaristas um debate em torno de ideias para mudar este mapa de mais de 13 milhões de pessoas em extrema pobreza. Àqueles que não concordam com o debate… ora, vão fazer cocô.

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E que venham as porradas!