Publicado às 04h58 desta terça-feira (25)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol

O senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, eleito pelo voto democrático no ano passado, mais uma vez partiu para atacar a imprensa, como de hábito, uma vez que desde o seu nascimento político- eleitoral, ainda na ditadura, nunca conseguiu esconder a sua paixão pela tortura, é homofóbico, defeca nas minorias, e abomina o contraditório, alicerce básico da democracia.

O primeiro ataque veio quando disparou sua ira verde-oliva em cima de um jornalista de O Globo, que se atreveu a perguntar, em nome da lisura, para um servidor público, como justificar o depósito de R$ 89 mil nas contas da primeira-dama, Michele Bolsonaro, pelo gentil senhor Queiroz, homem de confiança e amigo do presidente, que já conhece a carceragem de Polícia Federal.

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Amizade nefastas à parte, o presidente Bolsonaro, insatisfeito com as mais de 115 mil mortes por covid-19 no Brasil, e mais de 3, 6 milhões de infectados, disparou a seguinte provocação aos jornalistas. “se um “bundão” da imprensa contrair o novo coronavírus, a chance de sobreviver é “bem menor”. Bolsonaro se referiu aos profissionais de imprensa enquanto relatava que, na década de 1970, quando estava na ativa no Exército, salvou um colega após um queda. Coisa de atleta, segundo ele.

Eu não entendo de quartel, pois o presidente que adora a tortura, acha lindo um ser humano num ‘pau de arara’ gemer de dor. Eu respiro democracia, esse negócio de quartel, tortura, e algo mais, o presidente nunca sentiu. Aliás, elogiou o General Ustra por tentar matar a ex-presidente Dilma. Quem é o bundão covarde?

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Ser de esquerda é ser bundão? de direita é aguentar Covid-19, quando partimos para a casa das 116 mil mortes? o senhor ou senhora, que perdeu seu ente querido pelo novo coronavírus em Serra Talhada, seu pai, sua mãe, ou seu irmão era um bundão?  É um bundão morto?

Me despeço triste, porque um sacripanta brinca de ser presidente. Mas respeito, foi eleito pelo voto popular. Isso é democracia!

Ser bundão, até que se explica, o que não se explica são os depósitos na conta da primeira-dama feitos por Queiroz, o esquema de rachadinha da família Bolsonaro, as queimadas na Amazônia, a subserviência aos EUA, a rede de fake news montada por setores do governo, a caixa preta dos cartões corporativos, enfim, coisa que o presidente não aprendeu no quartel, mas no submundo do esgoto político. Com a palavra o Centrão, Roberto Jefferson, e tantos outras estrelas da ‘velha política’  e tantos outros bundões ‘ressuscitados’ por Bolsonaro.