Enquanto aguarda uma decisão final da Justiça de Serra Talhada, o cabo Cícero Valdevino da Silva, preso no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed) em Recife, escreve à população, por meio do FAROL, em nome de sua defesa e do sargento Luciano Soares.

Em carta aberta, o PM argumenta que existem irregularidades nas investigações que o acusam de fornecer armamento para um grupo de extermínio. Em contato com o FAROL DE NOTÍCIAS, Valdevino da Silva fez um autêntico desabafo. Confira!

CARTA ABERTA AO POVO DE SERRA TALHADA

Venho mais uma vez falar que mediante de tal acusação do delegado do DHPP contra nossas pessoas, eu Cícero Valdevino da Silva e Luciano Soares de Souza, ambos policiais militares lotados no 14º BPM. Os quais só saíram acusados de dar suporte ao grupo que assassinaram as pessoas de João Carlos Epaminondas e Geovane Pereira Alves, no dia 22 de março de 2014 e de Júnior de Olímpio Aguiar, que ocorreu no dia 21 de março de 2014.

Os acusados seriam as pessoas de ‘Chave de Cadeia’ e Marquinhos Melo está comprovado em juizo, mediante documentos do sistema penitenciário de Pernambuco (Seres), que os mesmos se encontravam presos nesta data. Marquinhos Melo no presidio de Salgueiro e o ‘Chave de Cadeia’ no presidio de Arcoverde. Primeira acusação falsa. A segunda é que nós estávamos de serviço, eu me encontrava de folga e Luciano de férias com documentos comprobatórios.

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Que provas foram feitas se nos dois processos apresentados a Justiça mostra uma total falência dessas acusações? O delegado do DHPP não tinha nada de delegado de DHPP, ele era o delegado da cidade de Paulista. Isso tudo foi só uma manipulação do sistema, o qual é um verdadeiro capacho. Simplesmente se deixou levar pelas mentiras infundadas do principal investigador da morte do vereador Cícero Fernandes da Silva (o Cição).

O policial da PM da Paraíba, Georgenes Alves Pereira, que se encontra preso no Batalhão da cidade de Patos, onde o mesmo no dia 31 de março de 2015 afirmou em audiência ao juiz que passou uns dois meses dentro do carro da Polícia Civil com o delegado. Inclusive, em juízo, o Georgenes também acusou Marco Antônio, conhecido como ‘Marquinhos Metralha’, ser comparsa de ‘Chave de Cadeia’ e Marquinhos Melo. Sete dias após essa ouvida o Marcos Antônio foi assassinado.

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Tudo que tinha no inquérito foi ele quem disse ao delegado e ainda ironizou que o delegado não sabia de nada e estava com um cerco em tiroteio. Esse policial disse que minha pessoa dava armas pesadas, meus coletes, tanto os meus como da polícia a grupo de extermínio. Até agora não se provou nada. Ora, eu sou filho da terra, quem realmente me conhece sabe que tudo isso é um absurdo.

Mas eu sei por que ele fez isso, porque ele e seus parceiros alteravam o dia do meu serviço atirando em bar e em via pública, além de terem porte ilegal de armas. Sempre tomei as providências, todos os documentos estão nas mãos do Ministério Público. O sistema quis dá uma resposta à sociedade serra-talhadense de maneira irresponsável. O processo em si é inconsciente, pois se percebe que no transcorrer das ouvidas não existem elementos comprobatórios que nós tínhamos dado suporte a ninguém, que por ventura, vieram à prática de algum delito.

Somos homens íntegros na sociedade e nas nossas vidas. Em todas as ouvidas as testemunhas demonstraram a falência dessa investigação, todos sabem que tudo isso foi uma conspiração contra nós para nos tirar de circulação e parar de incomodar os delinquentes. Vocês sabem que em 2015 foram mais de 30 homicídios e em 2016 foram 40.

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Desde maio de 2015 outros delitos aconteceram, estamos ausentes da cidade e a cada dia os fraudadores de inquéritos do suposto DHPP mostram apenas falência e hipocrisia. Eu desafio quem quer que seja que prove algum delito. Não tenho nada a temer, até porque o processo não tem condições de ir para júri popular, será impronunciado. Confio na justiça e principalmente na de Deus.

Obrigado!
Cícero Valdevino da Silva

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