Publicado às 14h30 desta segunda-feira (11)

A vida é dura e a rotina ainda mais complicada, mas eles resistem. Os carroceiros já estiveram mais presentes em Serra Talhada. Tempos, aliás,onde se formavam filas de carroças de tração animal na Rua Padre Ferraz, e não faltava serviço. Agora tudo mudou.

As lentes do repórter fotográfico Max Rodrigues flagraram dois guerreiros que mesmo com sinais de cansaço, não largam o batente.Carroceiro Edvaldo, 55 anos, morador do Bom Jesus

“Trabalho como carroceiro na faixa de 30 anos, acordo 5 horas da manhã, venho para o serviço 6h30 pra 7h, de 11h a gente vai almoçar. Coloca um ‘miim’ para a burra comer, bota água para ela beber e de noite leva ela para a roça para no outro dia buscar de novo. O trabalho tá fraco, se não bem uma coisinha de lá para cá dos governos para nós escapar, é arriscado nós ficar o pó do bagaço. Tem um sindicato, mas não faço parte ainda não, tem que começar a pagar. Toda vida teve um valorzinho pros carroceiros, só que hoje tá mais devagar o serviço, é limitada as corridas. Mas já teve bom”, desabafou Edvaldo, 55 anos, morador do bairro Bom Jesus.

Já o carroceiro que se identificou apenas como Zé, 50 anos, morador do São Cristóvão, diz que a rotina a trabalhosa.

“Tenho uma faixa de 21 anos de carroceiro só. De manhã pega cego, mais ou menos 6h30 para 7h o ‘caba’ já estar aqui. E aqui os ganhos é pouco com os fretes que a gente pega de areia, sempre uma mudança, negócio de ferro de construção, cimento que o pessoal pede para levar. Tem também um entulho de terra que é para tirar de rua e essas coisas assim”, resumiu.

O século 21 testemunhou a resistência das populares ‘carroças de burro’.