A advogada Rafaela Inácio, que conseguiu um habeas-corpus em favor do agricultor Claudiomar Gomes de Oliveira, 40, agora vai ingressar, à pedido da família, com um pedido de extinção do processo contra o agricultor e com uma ação de danos morais e materiais contra o Governo de Pernambuco.

Claudiomar está sendo acusado de assassinato e alega que a polícia o prendeu após ter confundido o seu nome com o do real criminoso, que estaria solto. Até o próprio pai da vítima testemunha a favor de Claudiomar, por reconhecer o suposto erro da Justiça, que começou, primeiramente, com a ação policial. Depois disso, ele passou cinco meses preso na cadeia pública de Serra Talhada onde contraiu graves doenças.

“Vou pedir a extinção do processo uma vez que tenho provas suficientes da sua inocência e vou entrar com uma ação de danos morais e materiais contra o Estado. Afinal, a família passou todo este tempo passando por privações”, disse a advogada. A seguir, leia os principais pontos de uma entrevista exclusiva concedida por Claudiomar ao FAROL, logo após a sua libertação temporária.

FAROL – Qual foi a primeira coisa que você fez ao sair da prisão?

Claudiomar – Foi correr para os braços do meu filho e da minha esposa. Meu desejo era de abraçá-los. Foi isso que fiz. Em seguida, uma multidão que me esperava me acompanhou até a igreja do Logradouro. Fui rezar e agradecer a Deus.

FAROL – Qual foi o pior momento nestes cinco meses de prisão?

Caludiomar – Na cadeia não tem nada de bom. Mas os piores momentos  foram quando os policiais do GATI entravam na prisão para fazer revistas nas celas.  Todo mundo ficava nú e trancado dentro de uma pequena sala. 70 homens dentro de uma sala.  Teve um dia que ficamos das 5:30h até 1 hora da tarde.  È muita humilhação !

FAROL – Quais seus planos a partir de hoje?

Claudiomar – Ainda estou vivendo este pesadelo. Quero conseguir a minha liberdade definitiva e reconstruir a minha vida. Não consigo dormir e vivo tendo pesadelos. Um dia faltou luz na minha casa e meu filho tem medo do escuro. Aí ele disse: Pai, vem me buscar. Eu respondi que não podia porque tinha um monte de gente nos meus pés. Era assim na cadeia.

FAROL – Você é inocente do assassinato de José Alves da Silva?

Claudiomar – Sou inocente e tem várias testemunhas  a meu favor. Estava dormindo na noite em que ele foi morto. Saí e coloquei uma cadeira na calçada, junto com outros vizinhos para observar a movimentação. Não tenho vício nenhum. Nunca matei ninguém. Até mesmo o pai dele foi me visitar na prisão. agora quero Justiça.

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