O protesto-surpresa aconteceu exatamente no momento em que o pré-candidato a vereador pelo PSD, Adauto Mourato, utilizava a tribuna da Câmara, por dez minutos, para reforçar as denúncias. Uma das mais empolgadas era a agricultora Maria Xavier, 69 anos, moradora da comunidade de Lagoa da Pedra – 5º Distrito – que segurava uma cartolina com fotos do que foi produzido pela sua associação. Algumas denúncias giram em torno da possível “maquiagem” de venda de produtos agrícolas entre as entidades.
“Estou pedindo a Deus que este programa retorne. Era a nossa salvação. Eu antes tinha como vender os meus bodes. E agora? O que vou fazer diante esta seca”, lamentou dona Maria Xavier, afirmando que também consumia os produtos. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) também usufruia do PAA e trouxe muita gente ao plenário para protestar. “Queremos o retorno do programa uma vez que nós, do MST, tanto éramos produtores como consumidores”, disse Sandra da Silva, segurando um cartaz.
Explicações de Adauto Mourato
Diante uma platéia ansiosa por soluções, Adauto Mourato, que também é fiscal de vigilância sanitária da Agência de Desenvolvimento Agropecuário (Adagro) falou por dez minutos na tribuna e justificou a iniciativa de ter feito as denúncias.
“Eu sei que a situação de vocês que recebiam os produtos hoje é difícil. Agora, tem gente atravessando o caminho de vocês”, disse Mourato, se referindo ao Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). Segundo ele, o conselho vinha agindo como atravessador na comercialização dos produtos. “O CMDRS comprava e ficava com o lucro. Conselho não pode ter lucro”, explicou.
Fotos: Giovanni Sá
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