Cerca de 500 agricultores lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Serra Talhada na noite desta segunda-feira (7) munidos de cartazes e bandeiras, cobrando o retorno do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que está na mira dos órgãos de controle, sob investigação de possíveis fraudes no programa.

O protesto-surpresa aconteceu exatamente no momento em que o pré-candidato a vereador pelo PSD, Adauto Mourato, utilizava a tribuna da Câmara, por dez minutos, para reforçar as denúncias. Uma das mais empolgadas era a  agricultora Maria Xavier, 69 anos, moradora da comunidade de  Lagoa da Pedra – 5º Distrito – que segurava uma cartolina com fotos do que foi produzido  pela sua associação. Algumas denúncias giram em torno da possível “maquiagem” de venda de produtos agrícolas entre as entidades.

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“Estou pedindo a Deus que este programa retorne. Era a nossa salvação. Eu antes tinha como vender os meus bodes. E agora? O que vou fazer diante esta seca”, lamentou dona Maria Xavier, afirmando que também consumia os produtos. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) também usufruia do PAA e trouxe muita gente ao plenário para protestar. “Queremos o retorno do programa uma vez que nós, do MST, tanto éramos produtores como consumidores”, disse Sandra da Silva, segurando um cartaz.

Explicações de Adauto Mourato

Diante uma platéia ansiosa por soluções, Adauto Mourato, que também é fiscal de vigilância sanitária da Agência de Desenvolvimento Agropecuário (Adagro) falou por dez minutos na tribuna e justificou a iniciativa de ter feito as denúncias.

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“Eu sei que a situação de vocês que recebiam os produtos hoje é difícil. Agora, tem gente atravessando o caminho de vocês”, disse Mourato, se referindo ao Conselho de  Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). Segundo ele,  o conselho vinha agindo como atravessador na comercialização dos produtos. “O CMDRS comprava e ficava com o lucro. Conselho não pode ter lucro”, explicou.

 

Fotos: Giovanni Sá