A Capital do Xaxado teve um dia atípico nesta segunda-feira (16) após veiculação do jornal Folha de Pernambuco, de possíveis fraudes dentro de Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal, envolvendo o vice-prefeito Luciano Duque (PT).

Ele disse que está sendo vítima de um jogo político para difamá-lo perante o eleitorado da cidade e que as denúncias não passam de factóides. “Falei hoje com o superintendente da Conab em Pernambuco, que me autorizou a mostrar este documento que atesta a lisura do processo. Não chegou qualquer denúncia ao órgão sobre isto”, disse Luciano Duque, apresentando um relatório emitido em fevereio deste ano (leia abaixo).

O vice-prefeito disse ainda que não entendeu as razões da reportagem da Folha de Pernambuco não ter vindo a Serra Talhada para averiguar o que está acontecendo. “Eu convidei a jornalista que escreveu a matéria para vir aqui visitar cada associação e comprovar que está tudo bem. Não sei o motivo de se publicar uma matéria dessa forma”, contestou. Segundo Luciano Duque, uma equipe da TV Jornal vai fazer o que o jornal impresso deveria ter feito e virá à Serra Talhada nesta terça-feira (17) para entrevistar agricultores.

Matéria da Folha

Segundo a Folha de Pernambuco, existem suspeitas de desvio de dinheiro na compra de produtos de origem animal e vegetal que eram distribuidos, inclusive, na merenda escolar na cidade. As denúncias foram levantadas há cerca de dois meses atrás pelo agronômo Adauto Mourato – pré-candidato a vereador pelo grupo de Sebastião Oliveira – que preparou um dossiê, segundo ele, contendo provas de fraude para serem enviadas aos órgãos competentes de investigação, como a Polícia Federal e o Tribunal de Contas. 

Entre as possíveis fraudes, conforme divulgou a Folha, a compra de alimentos fora de Serra Talhada estaria sendo efetuada por um preço inferior ao tabelado e com a participação da Cooperativa dos Produtores de Luanda – que não produziria e nem venderia alimentos – mas, que segundo as denúncias, era quem coordenava o processo.

A PALAVRA DO TÉCNICO

Já o técnico agrícola José Paulo Rosa de Oliveira,48, responsável pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-municipal) disse estar revoltado com as denúncias e desafia qualquer um a provar que houve fraude. “Não houve isso. Mostro cada um dos projetos e a orientação de concentrar todo o processo na COOPAL foi da própria Conab. Para facilitar a distribuição”, disse Zé Paulo.

Ele rebate as acusações de que os alimentos eram comprados em outros municípios a preço inferior. “O bode vinha das comunidades do Riacho do Bode, Rio da Barra e Fazenda São Miguel. O filé de tilápia era produzido na Fazenda Saco, os ovos e o mel fas fazendas Surubim e Alegre e os achocolatados e o iogurte vinham de Luanda. Não teve esse negócio de fraude”, reforçou o técnico agricola.

O documento emitido pela Conab:

 

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