O coordenador da Adagro (Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco) em Serra Talhada, Adauto Mourato, cobrou respeito do prefeito Luciano Duque (PT) em nome da população da Capital do Xaxado sobre a reativação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no município, renovado em setembro deste ano e previsto para durar 60 meses. De acordo com Mourato, as mesmas pessoas alvo de denúncias de supostas irregularidades, em 2012, continuam à frente do PAA.

E, por isso, o prefeito deveria afastá-las, renovando a direção do programa, que é tocado numa parceria entre Governo Municipal e Ministério de Desenvolvimento Social (MDS). As denúncias de fraudes no PAA foram protocoladas junto ao Ministério Público, Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) no ano passado. As investigações ainda estão em curso.

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O caso ficou conhecido como o “Escândalo do Bode” e foi bastante explorado no período eleitoral. No ano passado, a PF esteve em Serra Talhada para confiscar documentos e computadores do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), do qual o prefeito Luciano Duque e, então pré-candidato, foi presidente durante anos. Na época, o PAA era administrado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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APÓS suspeita de fraude, Programa de Aquisição de Alimentos tem novo modelo

Após o estouro das suspeitas de fraude no PAA, que teve entre os denunciantes o próprio Adauto Mourato, o Governo Federal mudou a forma de pagamento aos produtores rurais em todo país, na tentativa diminuir as possibilidades de corrupção. Em entrevista à rádio A Voz do Sertão AM, na manhã dessa segunda-feira (9), o gerente da Adagro comemorou a volta do programa a Serra Talhada, interrompido após as denúncias. Adauto Mourato enfatizou que vai fiscalizar de perto as novas operações.

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“Esse programa volta com as mesmas pessoas alvo de denúncias. Eu fiquei feliz por uma coisa: que por conta das denúncias que a gente fez, o programa mudou em todo o país. Porque o pessoal do conselho aqui pegava as declarações, o nome das pessoas e diziam que eles faziam leite, mel, etc. Mas o dinheiro era creditado na conta do Conselho, e quem sabia desse depósito era o presidente do Conselho”, relembrou o coordenador da Adagro, justificando o seu apelo:

“O prefeito estaria respeitando toda a população se afastasse essas pessoas, porque sabemos que houve fraude. Mas Ministério Público parece que esqueceu. No entanto, a gente está observando e olhando de perto. Eu acho que o prefeito de Serra Talhada deveria ter o mínimo de respeito com a população, porque era para ao menos mudar as pessoas que estão lá na coordenação, porque quem está dentro do galinheiro são raposas”, alertou.

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