Giovanni SáBom dia, boa tarde e muito boa noite aos meus diletos leitores das aventuras de Chico Preá, o filósofo de Água Branca. Eis que retorno após um longo período de ‘hibernação’ com os teclados. Noves fora nada, gosto de repetir que escrever é um ato de prazer. Tal qual um orgasmo quântico e a busca incessante da felicidade. Afinal, não viemos para este mundo de meu Deus, quente que só a bixiga lixa, para fazer três refeições por dia, arrotar e soltar flatulências ao ar. Somos bem maiores que tudo isso.

Porém, estamos no Novembro Azul, mês dedicado ao mais puro toque masculino em voltas à prevenção do câncer de próstata. Quem passou dos 45 anos deve tomar uma ‘dedadinha’ para ter o orgulho de afirmar: “Ainda sou cabaço e estou de bem com a vida”,

Pois bem, o caso eu conto como o caso foi. Fui até a Água Branca, o meu paraíso terrestre, para convencer o Chico Preá, um dos meus grandes amigos, a ter a sua primeira vez. Preá é carrancudo, machão, grosso que só papel de prego, mas não teve saída: teve que levar dedada. Portanto, vocês devem imaginar qual perigosa foi a minha missão.

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Cheguei logo cedo e já tinha combinado com a minha comadre Zefa, esposa de Chico Preá, que a sua hora tinha chegado. Noves fora nada, fui recebido com muita alegria, abraços e latidos da cadela ximbica. Fiz um arrudeio maior do mundo falando sobre as estatísticas sobre o Câncer de Próstata e histórias de homens que tombaram em função do mal. Até que o Preá teve a curiosidade de perguntar como se prevenir e expliquei sobre o toque retal.

-Ôxente, isso é conversa ômi. Meter o dedo no ‘zé de boga’. Ômi… vai te lascar!” Nove fora nada, vi que a minha missão seria ainda mais difícil. Foi ai que pedi ajuda aos universitários. Ou melhor, a comadre Zefa que foi direto ao ponto: “Chiquinho, tu só vai ter ‘gagau’ se deixar o dedinho entrar’. O cabra deu um pulo da rede, chutou dois tamboretes, derrubou duas gaiolas, deu um chute em ximbica e disparou: “Isso é um arrumadinho para me levar para as profundas dos infernos”.

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O DIA D

Mas eis que chegou o dia tão esperado e fui com Chico Preá para uma dos melhores profissionais do ramo, mas sob uma condição. Não contar para ninguém que ele fez o exame. Agora é tarde. Ao chegar no consultório o atendimento foi breve. “Senhor Chico Preá, é a sua vez”, disse uma moça bonita. De pronto, comadre Zefa quis ser solidária: “Meu filho quer que eu entre com você”. A resposta foi na bucha: “Quem cuida do meu furico sou eu e acabou-se”.

Minutos depois o filósofo saiu da consulta num profundo silêncio. Tentei puxar conversa, mas não teve jeito. De Serra Talhada a Água Branca o homem não deu um suspiro. Pensei: ficou traumatizado.

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Ao chegarmos toda a turma estava nos esperando para uma farra. Chico de Mané de Lero, Barrufa, Tonho Pé de Bomba, Manezin Patola, Beroaldo, Cicin Agripino e tantos outros amigos. Começamos a tomar umas, jogamos um dominozinho até Barrufa cair na besteira de dizer um frase infeliz: “Eu acho que vou tocar”. Pronto. Chico Preá deu um chute no tablado, puxou uma faca peixeira da cintura e disparou. “Você vai tocar na puta que pariu porque aqui só quem mexe é Dr. Luiz Pinto, um profissional de primeira linha. Agora venha, seu cabra safado”. Ai não teve mais clima e foi fim de festa. O caso eu conto como o caso foi. Um abração e até a próxima.