Da ISTOÉ

Foto: Fernando Frazão / Ag. Brasil

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro ainda busca desaparecidos após as chuvas intensas que atingiram na sexta-feira (1º) e sábado (2) diversas cidades do estado, especialmente na região da Costa Verde e na Baixada Fluminense. Em decorrência dos temporais, 18 mortos já foram confirmados, nas cidades de Angra dos Reis, Paraty e Mesquita.

O estado vive um dos anos de maior preocupação em relação às chuvas. Em fevereiro, Petrópolis, na Região Serrana, foi duramente impactada por temporal que deixou mais de 230 mortos. O episódio foi reconhecido pela cidade como a maior tragédia de sua história.

Diante das novas ocorrências no estado neste fim de semana, o governador Cláudio Castro, do estado do Rio, criou um gabinete de crise com a participação de várias secretárias. A força das chuvas na madrugada de sábado (2) causou grande impacto na Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, na região da Costa Verde. Um deslizamento de terra arrastou árvores e casas e deixou completamente destruída a Praia de Itaguaçu. Comunidades da ilha famosas pelo turismo, como a Vila do Abraão, também foram bastante afetadas.

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“Nas últimas 48 horas, Angra dos Reis atingiu o volume equivalente a 655 mm (milímetros) no continente, e 592 mm na Ilha Grande, índices jamais registrados anteriormente”, afirmou a prefeitura em nota publicada em seu site. Diante do cenário, foi decretado estado de emergência.

Na cidade de Paraty, ao sul de Angra dos Reis, um deslizamento de terra atingiu sete casas na comunidade costeira de Ponta Negra. O temporal na Costa Verde também afetou a rodovia federal BR-101, conhecida como Rio-Santos. Segundo a Defesa Civil Nacional, entre Mangaratiba (RJ) e Ubatuba (SP), há 23 pontos interditados em razão de queda de árvores e deslizamentos de terra.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, seis pessoas ainda estão desaparecidas em Angra dos Reis e uma em Paraty. Helicópteros foram mobilizados para as operações de busca. “Nossas aeronaves estão em ação. Equipes, equipamentos e insumos chegam via aérea dentro da logística da operação de resgate na Costa Verde”, informou a corporação através das redes sociais.

As Forças Armadas estão contribuindo com as operações, prestando apoio para transporte de bombeiros, cães e dispositivos de busca e salvamento.

A Marinha informou hoje (3) que está apoiando a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil com uma aeronave SH-16. A ação faz parte da Mobilização de Apoio do Ministério da Defesa, em resposta ao desastre ocorrido em Angra dos Reis e Paraty, após as fortes chuvas do dia 1º de abril.

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As Forças Armadas prestarão apoio logístico para transporte de bombeiros, cães e equipamentos de busca e salvamento do Rio de Janeiro com destino a Angra e demais localidades afetadas, além do deslocamento de equipe do Grupo de Apoio à Desastres.

Aeronave SH-16 da Marinha participa de operação em Angra dos Reis e Paraty, cidades atingidas por fortes chuvas (Agência Brasil-Marinha do Brasil)

A aeronave SH-16 pertence ao 1º Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino, do Comando da Força Aeronaval, e tem cinco militares compondo a tripulação. A aeronave também participou da mobilização em apoio à Defesa Civil, no município de Petrópolis (RJ).

Outras regiões

O município de Nova Iguaçu, um dos mais atingidos na Baixada Fluminense, também decretou estado de emergência. O transbordamento do rio Botas deixou bairros inteiros alagados e famílias completamente ilhadas. No município vizinho, Mesquita, uma pessoa morreu ao sofrer uma descarga elétrica em uma via alagada.

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A forte chuva também causou transtornos na Região dos Lagos. Uma barreira interrompeu totalmente o tráfego na rodovia estadual RJ-106, entre Saquarema e Maricá. No Rio de Janeiro, o maior volume de chuva foi registrado no início da noite de sexta-feira (1º), criando bolsões de água que interditaram vias em diferentes bairros.

A situação foi monitorada pelo Centro de Operações. Em Laranjeiras, na zona sul da cidade, foram contabilizados 132 milímetros entre 19h de sexta-feira (1º) e 19h de ontem (2), deixando a via principal do bairro intransitável por algumas horas.

Diante da previsão de novos temporais, a Defesa Civil do estado pede que a população não permaneça em áreas de risco. É que há risco de novos alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas. A atenção é maior na Costa Verde. O Meteorologia mantém alerta para a região até as 11h de amanhã (4). Segundo a previsão, podem ser acumulados até 100 milímetros.