Fotos: Farol de Notícias/Manu Silva

Publicado às 05h08 desta sexta-feira (29)

Durante a manhã dessa quinta-feira(28) o Colégio da Imaculada Conceição – CIC-, localizado no Centro de Serra Talhada, vivenciou a culminância de projeto Harry Potter: da ficção à realidade. O evento ocorreu das 7h à 13h e mobilizou todo o colégio, ou seja, envolveu mais de 700 alunos, professores e as famílias com o objetivo de explorar a ficção atrelada as questões reais presentes na sociedade na atualidade.

O padre Américo Leite, coordenador pedagógico do ensino fundamental e médio, concedeu entrevista ao Farol e se mostrou muito satisfeito com o resultado do projeto que vinha sendo planejado desde o início do ano já na perspectiva de trazer as questões da ficção para a realidade nas diversas áreas do conhecimento. O sacerdote também falou sobre as temáticas abordadas nas salas e sobre respeitar as diferentes crenças.

”Temos turma que trabalhou a questão genética associando a ficção à ciência, turmas que envolveram a questão da matemática, o 1º ano trabalhou com os jogos que saíram da ficção de Harry Potter e hoje já são oficiais. Tivemos salas que trabalharam bastante a questão do preconceito vivenciado também na ficção e que, de outros modos, aparecem na nossa realidade, o 9º abordou o tema da exclusão social”, detalhou o coordenador, continuando:

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”Nós não trabalhamos com Harry Potter por uma questão de fé até porque, mesmo sendo um colégio religioso, nós trabalhamos com pessoas de diferentes credos e nós buscamos respeitar os diferentes credos, reafirmando a nossa fé, mas sem deixar de acolher e de respeitar também o diferente, senão, seria contraditório a nós mesmos. A escolha do tema foi devido às obras serem renomadas, todos os jovens conhecem e é uma forma de fazer com que nosso aluno se integre cada vez mais e se interesse pelas obras e tragam para a escola aquilo que é vivenciado por eles lá fora.”

PROFESSOR

Durante a visita que a reportagem do Farol fez ao evento, também conversou com dois professores, Marina Rodrigues, 34 anos, professora de Biologia e com o professor de Ciências Humanas André Gustavo, os quais falaram sobre como as turmas trouxeram temáticas de Harry Potter para a realidade.

”A nossa sala, 3º ano trabalhou o tema Harry Potter com a intenção genética porque a intenção do projeto é que não seja apenas fictício, mas trazer a ficção para a realidade. A professora de matemática Adrícia e eu procuramos introduzir os conteúdos que já trabalhavam ao logo de todo o ensino médio e unimos as características genéticas da trajetória do livro com a temática que é os casos de probabilidade. Ao longo de todo o ano, os alunos desenvolveram a história das famílias presentes no livro e aí eles contam as características genéticas, os genes dominantes, recessivos e tudo relacionado a famosa árvore genealógica”, explicou a professora Marina.

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”Além de trabalhar com a temática jovem, o objetivo é contextualizar com o momento atual nas questões de desigualdade social, hierarquia social e do preconceito, a xenofobia, preconceito com mais pobres, com imigrantes de origem árabe e africana, trazendo para o contexto do Brasil que infelizmente, devido ao contexto social que estamos vivendo está aumentando cada vez mais. O interessante é trazer a ficção contextualizando com as relações de poder, desigualdade social e xenofobia”, relatou o professor André Gustavo.

ALUNO

Êmile Júlia Bezerra Nogueira, 17 anos, aluna do 2º ano do ensino médio foi entrevista pelo Farol em nome de todos os alunos que brilharam na culminância do projeto. A equipe a qual ela fazia parte falou sobre a casa Grifnória e sobre os problemas sociais envolvendo a casa bem como as características dos personagens da casa, sobre a fundação e o fundador da casa.

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”A questão social que a gente mais pontuou foi sobre a questão dos imigrantes e emigrantes que é bem parecida com a questão trouxa de Harry Potter, os trouxas não são bruxos de puro sangue. Foi uma coisa bem diferente que a gente nunca tinha feito antes, achei bem legal. No início foi um pouco difícil encontrar temas nas obras para encaixar nas disciplinas e fazer com que fosse interativo, mas foi bem legal e no final a gente conseguiu”, explicou a aluna.