Por Alejandro García, repórter fotográfico do Farol de Notícias

Eu não sou de aqui. Moro no Brasil há mais de 30 anos, mas não sou de aqui. Fixei residência em Serra Talhada há 20 anos, mas não sou de aqui. Claro isto, vou manifestar minha opinião sobre um costume muito feio que algumas pessoas tem. Então, quem não tenha interesse em saber dela e queira deixar de ler, a hora é agora.

Tenho grande respeito pelos meus vizinhos. Pelos vizinhos de todas as ruas em que morei. Pessoas afetuosas, educadas, que muitas vezes encontrava varrendo suas calçadas e até o pedaço de rua frente na suas casas. Que cuidam de seus lares e sempre manifestam sua disposição para a solidariedade, ainda com um quase desconhecido, como eu. Agora, na hora de tirar o lixo de dentro de casa, toda hora é boa e qualquer lugar é conveniente. Seja um terreno vizinho, que o dono não murou (e ingenuamente colocou uma plaquinha para inibir a invasão), ou então numa calçada qualquer se não tiver dono aparente.

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O assunto é polêmico demais. Já me rendeu um bate boca com o prefeito Luciano Duque, bem desagradável. Foi porque eu entendia que era responsabilidade da prefeitura encarar o problema de frente para tentar mudar, e ele achou que o governo estava sendo culpado pela falta de cuidados com o espaço público. Continuo pensando igual. Está passada a hora de colocar no ar uma campanha séria para mudar esse costume. Responsabilidade é uma coisa e culpa é outra. Um caco de telha é um caco de telha e um caco de vidro é um caco de vidro. Já ele (Duque) não sei como pensa.

Para fazer, então, alguma coisa, vou propor para o diretor do Farol que faça essa campanha. Uma campanha para as pessoas mudar de comportamento, para o bem de todos. Espero o governo aderir para dar mais alcance. Ela deve se iniciar nas escolas. Na voz e nas mãos das crianças para tomar os lares, as ruas e todos os espaços da cidade. Deve ter continuidade, não ser de um dia. Deve levar a proposta a cada cidadão com insistência e com isso deve mostrar a necessidade de todos terem esse cuidado com a limpeza do espaço comum.

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Todos vivemos o problema que significa o aumento incontrolado do lixo na nossa vida. Contamos com uma cooperativa que ajuda a eliminar parte dele de um modo inteligente. O sistema de coleta não abandona a cidade. Mas não é suficiente. Pior, é inútil sem a compreensão de cada um de nós. Num tempo em que se discute o destino final do lixo da cidade é oportuno participar com atitude e consciência cidadãs. E é tão fácil mudar e são tantos os benefícios dessa mudança, que estou achando meio sem graça falar em campanha para isso.

Somos inteligentes e podemos viver na cidade mais limpa do Brasil ou do mundo. É só querer.

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