Publicado às 04h43 desta quinta-feira (11)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol

Dados atualizados revelam que o Brasil chegou nessa quarta-feira (10) a 775.184 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 39.797 brasileiros mortos. Só nas últimas 24 horas foram 1.300 óbitos da ‘gripezinha’ ironizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

E por falar no dito cujo, o presidente que adora ser chamado de ‘mito’ quando sobe a rampa do Planalto, e costuma despachar no chamado ‘cercadinho’- onde é bajulado por admiradores- deu uma clara demonstração, nessa quarta-feira, que não está apto para ouvir o contraditório. Aliás, algo comum aos ‘robôs’ idiotizados que nasceram do ventre misógino do presidente.

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Uma eleitora de Bolsonaro viajou de São Paulo à Brasilia, para lhe mostrar o espelho cruel da morte ‘covidiana’. “Nós temos 38 mil mortos por causa da covid. E, assim, não são 38 mil estatísticas, são 38 mil famílias que estão morrendo nesse momento, que estão chorando. O senhor, como chefe da nação, eu votei no senhor, fiz campanha para o senhor, acho até que o senhor me conhece. E eu sinto que o senhor traiu a nossa população”, disse a eleitora, culpando Bolsonaro pela falta de solidariedade e ações mais eficazes. Afinal, até agora, menos de 7% do Orçamento Geral da União (OGU) foi liberado para dar  combate a pandemia.

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Mas o capacho de Donald Trump estava com o ‘circo armado’ e aquela cena não estava no roteiro. Quem tivesse no ‘cercadinho da vergonha’ era para aplaudir o chefe de nação, e não questionar. Qual foi a saída?

“Se você quiser falar, sai daqui, já foi ouvido. Cobre do seu governador. Sai daqui — ordenou o presidente”.

A fala do Bolsonaro, com uma ex-aliada, se compara ao gesto do ex-presidente da República, general João Figueiredo, ditador que governou o Brasil e entrou para história por ter declarado ‘gostar mais de cheiro de cavalo do que de gente’. Hoje, os papéis se inverteram. O cavalo não gosta de povo, a não ser para receber elogios.

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E tenho dito!