Publicado às 05h deste domingo (30)

Mesmo com a abertura do comércio muitos comerciantes de Serra Talhada ainda enfrentam quedas bruscas nas vendas dos seus produtos. Agosto e setembro são meses de muita história, tradição e recorde de vendas de roupas, sapatos, perfumaria, acessórios e cosméticos na cidade, devido a tradicional Festa de Setembro,a Festa de Nossa Senhora da Penha. Só que neste ano,em função do novo coronavírus, o cenário mudou por completo na capital do xaxado.

A reportagem do Farol foi às ruas conversar com comerciantes do segmento afetado neste mês de setembro. A equipe visitou Auriclea Andrada (Maninha), Lúcia da Casa Sulanca e Everaldo Lima ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), lojistas mais tradicionais da cidade. Todos afirmaram que estão sofrendo baixa de vendas durante esse período, os percentuais variam entre 30% e 70%.

Maninha Andrada, proprietária da Aury Tecidos, há 16 anos à frente da loja que já possui 59 anos de história na Capital do Xaxado, disse que no segmentos de tecidos e lingerie percebeu que as vendas caíram 40%, pesou, mas estrategicamente, já no início da pandemia, diminuiu as compras para reposição de tecidos mais luxuosos porque previu que a situação duraria muito tempo.

Veja também:   Idoso que morreu após cair de prédio em ST estava despido

” Esse ano é muito diferente para nós em tudo, no comportamento do empresário, dos clientes, e de todos, a gente teve que se adequar para conseguir sobreviver. A primeira coisa que eu fiz foi diminuir as compras logo no início da pandemia porque entendi que ia se prolongar e achei melhor se prevenir. Não fiz grandes compras de tecidos melhores para esse período de festa, a gente sobrevivia desse período de Festa da Padroeira, era o que nos sustentava na verdade. Esse festa tem um significado muito forte para Serra Talhada, não só na questão da fé, mas na área comercial também. Essa queda pesou demais para muitos. Esse acho a queda nas vendas foi de uns 40% no geral. Temos uma clientela de compra certa no período de setembro, e também foi afetada com cerca de 20%”, declarou.

Everaldo Lima, proprietário da Lima Calçados, uma das mais tradicional da cidade, afirmou que a queda mínima de vendas na loja é de 30% a 40%, e que todo o segmento de moda sofre com a diminuição de vendas durante esse período de pandemia. Lojas que neste mês batiam recorde de vendas, agora vendem mais itens básicos para o dia a dia devido a não realização das festas de ruas e demais eventos.

Veja também:   'Apagão' deixa parte do centro e bairro de ST sem energia por 6h

”Em se tratando da Festa de Nossa Senhora da Penha, uma festa de tradição com mais de 200 anos de história, sabendo que não haverá festa de rua, festa profana, apenas a programação religiosa e com público restrito, o comércio do segmento da moda como um todo sofre uma queda nas vendas. Nós que trabalhamos com sapataria e acessórios estamos prevendo uma queda, no mínimo, de 30% a 40% porque também tem as pessoas das outras cidades que pela tradição vinham e esse ano não poderão, então se espera um faturamento bem menor.”

Lúcia da Casa da Sulanca afirmou que todos sofrem com os efeitos da pandemia, inclusive a Casa da Sulanca, com uma baixa de vendas de 70%, apesar de reconhecer que há segmentos que cresceram muito, mas não é o caso das lojas de roupas e calçados. Para a empresária, a saída foi o aumento nas vendas roupas mais básicas para o dia a dia, que não está superando o que seria normal, mas disse está confiante.

Veja também:   Márcia abre jogos escolares em ST com mais de 2 mil estudantes

”Com essa pandemia tudo ficou diferente, atingiu a população como um todo, todas as classes começaram a sofrer, mas Deus sempre traz uma luz, cada um começou achar uma saída. Teve segmento que foi lá pra cima, aumentou até 200%, outros caíram totalmente. Acredito que o de roupa caiu bastante, principalmente roupa de luxo. Mas, encontramos saída com o aumento da venda de shorts, blusas, camisolas, porque as pessoas precisam de roupas mais leves para ficar em casa. Como a Casa da Sulanca trabalha com produtos populares, temos essa saída. Não supriu nossas necessidades, mas estamos confiantes, e vamos vencer, com fé em Deus. Em relação as vendas nesse período da festa, caíram cerca de 70% porque poucas pessoas estão comprando roupa de festa, as vezes apenas porque gostaram da peça, mas não sabem quando vão usar. Roupas mais caras e sofisticadas não vão sair.”