Por Giovanni Sá, Editor-geral do Farol
O presidente da República, Jair Bolsonaro, que encontra-se em Dubai, nos Emirados Árabes, tentando mostrar um Brasil que não existe no mapa, bateu seu próprio recorde de fake news. Numa completa desfaçatez, o mandatário acabou mexendo até nos ditados populares. Um deles, que aprendi desde de criança com a minha avó, é que ‘o diabo é o pai da mentira’. Isso caiu por terra: o pai da mentira é Bolsonaro.
Senão vejamos: Falando a um platéia formada por empresários, o presidente tentou cravar que a Amazônia ‘não pega fogo porque é uma floresta úmida’, e que a região está intacta, tal qual na época do descobrimento do Brasil, em 1.500.
Cínico e oportunista, Jair Bolsonaro incorporou o personagem Pinóquio, o que mentiu tanto provocando o crescimento do nariz. Se superou. De acordo com o dados do próprio governo, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), só este ano foram mais de 70 mil focos de incêndio na Amazônia. Mais de 93 mil no ano passado, e o rastro de destruição na região só faz crescer.
Nada se parece com os anos 1.500, porque o presidente, lacaio do agronegócio, permitiu o avanço do garimpo ilegal na região, o desmatamento desenfreado, e o genocídio dos povos indígenas. A nação Yanonami é um exemplo.
O discurso de Bolsonaro só teve um efeito direto: o coloca no patamar do mais mentiroso da história recente do Brasil. Mas como a mentira tem pernas curtas, 2022 é um horizonte que surge amanhã. Que venham as porradas do gado!
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