*Com Giovanni Sá

Esclarecendo a lentidão em convocar os concursados para o seu quadro de trabalho, a prefeitura de Serra Talhada informou que está à espera de um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a idoneidade da Asperhs, empresa organizadora do concurso público na Capital do Xaxado. Por isso, o certame realizado em julho do ano passado, sequer foi homologado pelo prefeito Carlos Evandro (PR). Como inexiste data precisa para o término das investigações, os 372 aprovados devem continuar amargando a demora até a nomeação.

“Estudei, fui aprovada e ninguém diz nada sobre isso. Vejo o tempo passar e receio que não seja chamada por conta do prazo”, lamenta Maria Joselha de Moura, 30, aprovada para o cargo de serviços gerais. De acordo com a advogada e presidente da Comissão de Concursos da Prefeitura, Joana Silva, os aprovados devem ficar despreocupados sobre o tempo de validade do concurso. “Ele ainda não foi homologado pelo prefeito. O prazo passa a contar a partir da homologação. Precisamos agir com cautela”, ponderou. Segundo Joana, o Governo Municipal  consultou o TCE, no começo do ano, acerca do andamento das investigações de fraudes em que a Asperhs supostamente estaria envolvida.

Ela garantiu que o certame realizado em Serra Talhada está livre de qualquer suspeição e pediu paciência às pessoas aprovadas. “O concurso realizado pela Prefeitura de Serra Talhada foi legítimo e não tem nenhum problema. Quem está sendo questionada é a empresa, não por ter coordenado o concurso em Serra Talhada, mas em outro município”, explica. “Por conta disso, fizemos uma consulta ao TCE em 12 de fevereiro e estamos aguardando uma resposta para dar prosseguimento ao processo legal.”

JOGO DE CINTURA
 
Enquanto nada se define, o governo faz um verdadeiro “jogo de cintura” para avançar no terreno político. Por exemplo, está se preparando na intenção de contratar pessoas para preencher lacunas no corpo da Guarda Municipal. Segundo um membro concursado da Guarda, vários candidatos estão aparecendo em busca de trabalho. “A primeira orientação é procurar um vereador da base governista. São eles (os vereadores) que vão fazer a indicação”, revelou o funcionário, que pediu para não ser identificado na matéria. Enquanto o TCE ficar no silêncio absoluto, deve prevalecer o jogo do “toma lá, dá cá”. 

ENTENDA O CASO 

Ano passado, devido a suspeita de fraudes, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu a realização de nove concursos de prefeituras no interior do Estado. Segundo o órgão fiscalizador, ocorreram desvios grosseiros na execução dos certames, o que pode levar vários prefeitos a responder por crime de improbidade administrativa.  Cinco empresas estão sendo investigadas pelo TCE: Consultoria e Assessoria Medeiros Ltda (Comede); Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento e Estudo Educacional e Cultural (Ipedec); Select Consultoria e Assessoria Ltda; J.S. Assessoria e J. F. dos Santos Consultoria (Asperhs); e MGF Serviços e Assessoria Ltda.

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