Publicado às 13h20 deste sábado (22)

Por Adelmo Santos, poeta e escritor, membro da Academia Serra-talhadense de Letras

Essa é uma foto histórica, ela mostra o Sr. José Ribeiro Soares, com o seu filho Valber, pilotando uma moto dentro de Serra Talhada em 1959.

Ele foi o primeiro motociclista da cidade em 1949, e acabou fazendo história. Por aonde passava chamava muito atenção, Seu Zé Ribeiro era anão, com 1,33 m de altura, pilotava uma moto desfilando pelas ruas.

Num trânsito sem novidades, tinha poucos automóveis, o xodó era a Rural. Seu Zé Ribeiro era o único a andar com uma moto, não havia nada igual. Ele nem imaginava que estava fazendo história, foi comprando várias marcas, entre as quais: a BSA de 750 cilindradas, que era a mais poderosa.

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Serra Talhada era pequena poucas ruas eram calçadas, eram cheias de buracos, pés de favelas e algarobas. A maioria das ruas parecia uma estrada. Só depois foi que surgiu outras motos pelo trânsito, como a de Padre Jesus, Zé de Domingos, Peixe Gomes, Otácio da Padaria e a de Chico Urubano. O tempo passou tão rápido o sertão ficou mudado, hoje em Serra Talhada tem mais motos do que carros.

Segundo dados do DETRAN-PE, em janeiro de 2016, já tinha 17.824 motos na cidade, sem contar com as “Cinquentinhas” que não era exigido uma documentação. Além de ser o primeiro motociclista de Serra Talhada, o Sr. José Ribeiro foi um grande violonista, ensinando violão aos melhores músicos da cidade. O Sr. José Ribeiro também foi o fundador do C.R.O.S.T. “Clube Recreativo dos Operários de Serra Talhada,” no fim dos anos 50, dando muitas alegrias para a torcida, jogando no campo da várzea.

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Ele era muito ativo fazia parte de tudo. Foi com o fim do C.R.O.S.T. seu time de futebol, que em 1961, foi fundado o Comercial Esporte Clube. O Sr. José Ribeiro e seu filho Valber, são falecidos. Serra Talhada agradece pela a sua inovação há 70 anos atrás. Ele nem imaginava que o seu hobby preferido num tempo muito atrasado, onde a sociedade era movida à cavalo, seria a revolução do transporte da cidade.

Hoje as motos tomam contam das cidades do sertão, se espalhou pelo Brasil, e pelos cantos da nação. Gerando rendas e trabalhos para os mototaxistas poderem ganharem o pão.