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Fotos: Farol de Notícias / Manu Silva

As batidas fortes dos atabaques e alfaias marcaram a alvorada da consciência negra em Serra Talhada nesta sexta-feira (20) na abertura da programação do 9º Encontro Nacional das Culturas Populares em Serra Talhada. Saindo do bairro Bom Jesus em cortejo para a matriz de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos para a Missa Afro, no centro. O babalorixá Hebert Inácio orou para o orixá Olodumaré junto com seus filhos de santa em frente a matriz, logo após o padre Gilvan Bezerra presidiu a missa em homenagem aos negros que foram escravizados e ergueram a “igrejinha do Rosário”.

Em conversa com o FAROL, o prefeito Luciano Duque afirmou que a escravidão é uma chaga histórica e as comemorações da consciência negra na Capital do Xaxado se tornarão, a partir de hoje, um marco histórico.”Tenho a consciência do dever cumprido, de poder criar a primeira secretaria de igualdade racial, de poder fazer o resgate de vários quilombos e o reconhecimento pela Fundação Palmares. Esse dia cria um marco divisório na discussão da consciência negra”, enfatizou.

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As apresentações de dança e música afro-brasileiras foram do Afoxé Obá Iroco e o Maracatu Nação Império. O marco zero da cidade estava colorido e em festa com filhos de santo de três casas de candomblé, o grupo de Capoeira Muzenza e crianças do 6º ano do colégio Cônego Torres, além de lideranças políticas, vereadores e moradores do município que prestigiaram o evento.

Outro momento bonito foi a lavação da calçada a igreja do Rosário dos Pretos com água, perfumes e flores abençoadas pelas filhas de santo. A diretora de Igualdade Racial, Elis Lopes, se emocionou ao falar das comemorações em homenagem a morte do líder Zumbi dos Palmares. “Esse momento vai ficar marcado na história de Serra Talhada. Zumbi foi um grande guerreiro que lutou por liberdade e esse é um momento de paz”, disse Elis.

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Já o prefeito Luciano Duque ratificou a relevância do resgate histórico para o povo negro do município. “A escravidão é uma chaga histórica que não se apaga. E a intolerância é algo presente ainda na vida de todos nós. Não é só intolerância da raça, da religião, da política, de tudo. Não tem coisa melhor do que você resgatar as raízes, a história. Eu me orgulho muito de estar aqui hoje e participando de tudo isso”, ressaltou.

Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

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