Consulta no Hospam vira caso de polícia em ST

Publicado às 13h55 desta terça (25)

O que deveria ter sido um atendimento simples acabou em caso de polícia. Edna Maria de Lima, 27 anos, cabeleireira, moradora da Cagep, procurou a redação do FAROL para denunciar algo revoltante que lhe aconteceu envolvendo um médico ortopedista no Hospital Professor Agamenon Magalhães (Hospam), nessa segunda-feira (24). Edna conta que ele perdeu totalmente o controle ao ponto de xingá-la, mandando-a ir para “p… que pariu”, e para “casa do cara…”, entre outros insultos. Revoltada, a paciente prestou B.O. na delegacia de Polícia Civil.

Tudo começou com um atendimento de raio-x. Edna Maria de Lima relata que informou ao médico que estava com lesões no pé direito, porém ele teria solicitado para que ela fizesse o exame do joelho. Ao chegar na sala de raio-x, quando questionada sobre em qual dos joelhos seria o exame, ela ficou surpresa e falou ao técnico que o problema era no pé. Assim, foi feito o raio-x do pé. Porém ao receber o exame em mãos, o médico perdeu totalmente o controle.

“VÁ PRA P… QUE PARIU E PRA CASA DO CA…”

”Eu cheguei por volta de 8h30, o ortopedista Ebenone Antônio chegou por volta de 9h, no primeiro atendimento fui atendida normalmente. Quando eu entrei na sala a primeira coisa que falei pra ele foi:

_Eu vou ser bem rápida com o senhor para não tomar muito seu tempo. Eu sofri uma queda de moto há 8 meses e meu pé direito ficou inchando todos os dias e fiquei sentindo dor. Hoje eu caí do degrau e torci meu pé e por eu estar gestante eu fiquei preocupada porque não estava conseguindo nem por o pé no chão. Ele pediu para eu ir fazer o raio-x. Quando cheguei na sala do raio-x o rapaz disse:

_Qual é o joelho?

E aí eu respondi:

_Não é o joelho, é o pé.

E aí ele disse:

_Mas aqui está para examinar o joelho.

Eu disse novamente que era meu pé, então ele fez o raio-x do pé normalmente. Quando o médico chegou para me olhar o raio -x era umas 12h e pouco. Quando ele pegou minha ficha disse:

_Eu não pedi raio x do pé, eu pedi do joelho’. Eu disse:

_Não senhor, o que está doendo é meu pé. Ele perguntou:

_E o que foi que você me disse?

_Eu disse que estava sentindo dor aqui no pé, mas o senhor nem para minha cara olhou.

Ele apenas entregou minha ficha para o auxiliar dele, aí eu perguntei:

_Então o senhor não vai me atender?

Ele já falou em alta voz:

_Vá pra “casa do cara…”

Eu falei: Como é?

Ele disse:

_Vá para “p. que pariu”.

Então falei:

_Você acha que é quem para falar comigo dessa maneira?

Simplesmente ele disse:

_Cale sua boca e saia daqui que você não vai ser mais atendida.

“EU SÓ CHORAVA… AÍ LIGUEI PRA POLÍCIA”

“Amassei meu papel, joguei no lixo e fiquei muito nervosa. Ele bateu a porta e eu mandei ele ir da mesma forma que ele me mandou. Peguei meu boletim de volta e liguei para o 190, mas me orientaram a ir para a Delegacia fazer um B.O. e então eu fui. Estava sozinha, tão nervosa que só chorava, precisei esperar uns 10 minutos para tentar me acalmar um pouco e falar o que aconteceu.

Prestei o B.O. e estou aqui para pedir justiça. Já estou em contato com advogados e vamos abrir um processo contra ele o mais rápido possível, porque quero que a justiça seja feita, ele tem que saber tratar o ser humano independente de ser rico ou pobre. Eu falei com tanta educação com ele, não estava alterada, jamais imaginaria passar por isso, mas ele estava muito alterado.

Ele falou em público, tem testemunhas, tinha 4 pessoas com ele na sala, o auxiliar, uma enfermeira, uma paciente e a esposa, fora o pessoa do lado de fora porque todo mundo ouviu. Ele falou em alto e bom tom. Eu fiquei muito constrangida, médico nenhum nunca me tratou assim.”

O OUTRO LADO

O Farol entrou em contato com João Antônio Magalhães, diretor do Hospam, para saber o posicionamento da unidade de saúde diante a denúncia relatada por Edna. Nas palavras do diretor: ”Vou averiguar os fatos junto ao médico citado e emito nota posteriormente. Além de já ter orientado a paciente a procurar também a ouvidoria estadual.”

BOLETIM DE OCORRÊNCIA NA DELEGACIA LOCAL

POR INJÚRIA E MAU ATENDIMENTO MÉDICO