Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias

Publicado às 05h19 desta quarta-feira (13)

A ceia da Semana Santa de 2022 vai pesar no bolso do brasileiro, pode haver até mesmo mesas vazias durante esse período devido à alta da inflação que afetou vários seguimentos da economia, como supermercados.

Com a prática de substituir a carne vermelha pelo peixe e ovo, as pessoas costumam garantir o peixe da temporada logo no início da semana, por isso o Farol visitou o setor de carnes e pescados no Mercado Público de Serra Talhada para acompanhar como está as vendas deste ano, como os consumidores estão reagindo diante do aumento, a média do quilo do tilápia é de R$ 20 reais.

FALA POVO – VENDEDORES

Durante a visita o Farol conversou com duas peixeiras Dona Geraldina e Cícera sobre as vendas de 2022 e a pesar do aumento do preço, das vendas não estarem ”bombando” estão animadas e pretendem vender ao menos 1 mil quilos durante a semana, uma vez que, a pesar dos consumidores se assustarem com o preço, não reclamam muito porque sabem que o aumento ocorreu em muitos produtos.

 

Geraldina de Souza, 70 anos, moradora do sítio Xique-Xique, zona rural de Serra Talhada

”Estou vendendo de R$ 10 e R$12 o quilo porque eu mesmo pesco e os peixes são pequenos, de 200g a 600g. Mas o aumento teve, o quilo é R$ 20 reais em todo canto. Os clientes estão gostando do preço porque não comprei, o peixe é meu, se eu tivesse comprado, tinha comprado carro também. Comecei ontem e vou vender até sexta-feira, aqui é fechado, mas coloco uma baquinha lá fora para vender meu peixe, já pesquei 1 mil quilos e preciso vender. De ontem para hoje vendi uns 150kg.”

 

 

Cícera da Silva, 45 anos

”Minha mãe vendeu peixe aqui mais de 40 anos, se aposentou e fiquei no lugar dela. Esse ano as vendas estão mais ou menos, mas as pessoas não estão reclamando muito porque tudo está caro e eles têm que comprar. Vendemos a R$ 20 reais, uns preferem peixes maiores outros menores, mas estão comprando, de ontem para hoje vendemos uns 250kg. Esperamos vender uns 1 mil quilos, mas ano passado vendemos 900kg.”

 

 

CONSUMIDORES

Após conversar com as peixeiras, a reportagem também ouviu dois consumidores, Sílvio do Mistão e José Adeni, cidadãos com perfis diferenciados em relação à compra do peixe. Sílvio escolheu peixes maiores a R$ 20 reais e quantidade maior enquanto José Adeni percorreu a ala a procura do menor preço, assim como boa parte da população faz diante dos preços.

 

Sílvio do Mistão, 62 anos, morador do Centro

”Hoje vou levar 12kg porque a tradição é não comer carne na Semana Santa, então a família toda quer comer peixe. A gente reúne todo mundo, umas 25, 30 pessoas, vai ter o bacalhau também. A gente sabe que aumentou, mas não foi só o peixe, aumentou tudo, com o aumento da gasolina veio aumento para todas as coisas. Como só é uma vez no ano, a gente não vai deixar de comer por causa do aumento não.”

 

 

José Adeni, 55 anos, morador de Roças Velhas, município de Calumbi

”Eu vim comprar o peixe aqui em Serra Talhada e procurei o preço mais baixo, achei o mais razoável e vou levando. O dinheiro está meio pouco e muita gente procura o mais barato. Eu acho os preços das coisas que subiram meio abusivo, mas o petróleo subiu e as coisas encareceram. Lá em casa não vai ter bacalhau, esse ano só vai dar para comer um peixinho mesmo.”