delegacia de serra talhadaAlém da falta de coletes a prova de balas, a crise que afeta a Polícia Civil de Pernambuco, que se reflete em Serra Talhada, vem dificultando a administração de itens considerados básicos, como café, água, material para impressão de inquéritos e até papel higiênico. Agentes chegaram a usar, na delegacia local, por exemplo, coletes vencidos ainda da gestão do ex-governador Jarbas Vasconcelos (1999/2006). Além disso, as dificuldades na delegacia da Capital do Xaxado, como em várias repartições policiais civis de Pernambuco, se agravam por conta da falta de pessoal.

Para se ter uma ideia, atualmente, a Delegacia local possui apenas 19 pessoas para uma grande demanda de trabalho. Por mês, são expedidos à Justiça, em média, cerca de 180 inquéritos, 170 TCOs (Termos Circunstanciado de Ocorrência), 180 requisições, além das demandas que chegam pelo Disque Denúncia. “O papel higiênico aparece de vez em quando e quando vem temos dificuldade para administrar porque é remetido para várias delegacias da região”, comentou um agente, pedindo para ter a identidade preservada.

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Água e café também são itens afetados pela escassez na Delegacia de Serra Talhada. Em muitas vezes surgem apenas quando os próprios policiais decidem pagar do bolso. Recentemente, o FAROL foi procurado por leitores que denunciaram a falta de material na Delegacia até para a confecção de carteiras de identidade. Somado a ausência de estrutura, a categoria vem cobrando do Governo de Pernambuco valorização salarial.

“Os policiais querem trabalhar e já trabalham muito. O caos é pela falta de efetivo, em decorrência das péssimas estruturas, desumanas até, e dos baixíssimos salários. A falta de material é total, desde água para beber até papel higiênico e papel para os inquéritos. A culpa disso é do governo e dessa política de segurança que massacra o servidor e o obrigava a tirar horas extras pagando 1/4 do valor que todo servidor recebe”, disparou o vice-presidente do Sinpol (Sindicato do Policiais Civis de Pernambuco), Rafael Cavalcanti, em contato com o FAROL. “Só que eles (governo do Estado) não contavam que o policial não mais aceitaria esmolas, indo em busca de salários justos e dignos. A Polícia Civil de Pernambuco é uma das melhores do país e uma das três que mais soluciona crimes, porém recebe o pior salário”, desabafou.