Publicado às 18h30 desta quinta-feira (1º) Atualizado às 23h 

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O Farol entrevistou nesta quinta-feira (1º), com exclusividade, o delegado municipal Alexandre Barros, sobre o caso do assassinato de um jovem de 23 anos dentro do cemitério de Serra Talhada ocorrido nessa quarta-feira (31) [relembre]. Conforme o chefe de polícia, o suspeito alimentava uma rivalidade com a vítima fruto da disputa por conta da venda de drogas no bairro Bom Jesus.

Com essa prisão, este é o quarto homicídio desvendado pelo novo delegado em atividade na Capital Xaxado, de um total de quatro assassinatos registrados na cidade até o momento. Um dado revelador torna a prisão de ontem ainda mais intrigante: o suspeito é também acusado de matar a pauladas e tocar fogo numa outra pessoa em dezembro de 2019, aqui no município.

Dr. Alexandre Barros recebeu a jornalista do Farol Jéssica Guabiraba e o nosso repórter fotográfico Max Rodrigues na sede da Delegacia de Polícia Civil, no bairro AABB, nesta tarde, para comentar este caso, em específico, e falar também do andamento de outros inquéritos investigativos. Vale à pena conferir!

FAROL ENTREVISTA

DELEGADO DE POLÍCIA ALEXANDRE BARROS

FAROL – Boa tarde, Dr. Alexandre, como a Polícia Civil conseguiu chegar até o suspeito deste crime?

DR. ALEXANDRE – A gente recebeu a informação às 7h30 que havia ocorrido um homicídio aqui em Serra Talhada, onde um grupo de policiais foi formado para combater o CVLI (crimes violentos letais intencionais), sendo Dr. Marcos Virgínio [delegado regional] o idealizador desse grupo. Fizemos o processo seletivo interno, com policiais com esse perfil de investigação de crimes contra vida e o grupo foi para rua, e com serviço de inteligência, a gente descobriu o autor, localizamos e capturamos esse suspeito e conduzimos ele para a DP.

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FAROL – Ele chegou a confessar o crime?

DR. ALEXANDRE – Não, ele usou um direito dele, um direito constitucional de ficar em silêncio, de somente falar perante o juiz.

FAROL – A Polícia Civil desconfia da participação de mais alguém no crime? Se ele contou com a ajuda de outros…

DR. ALEXANDRE – Tem mais um envolvido, ainda vamos chegar nesse segundo investigado, a vítima inicialmente foi asfixiada com sacolas plásticas, duas pessoas imobilizaram a vítima e asfixiaram, com ela tonta deram golpes de faca.

FAROL – A vítima e o acusado se conheciam? 

DR. ALEXANDRE – Eles eram inimigos declarados, principalmente da parte do investigado que tinha um sentimento muito grande de inimizade por essa vítima que foi assassinada.

FAROL – Poderia detalhar melhor essa relação? 

DR. ALEXANDRE – No último domingo a vítima foi cobrar R$ 2 mil desse investigado, isso já vinha azedando a relação dos dois. Ambos tem envolvimento com o tráfico de drogas, esse “menino” é usuário, traficante, ele vende pequenas porçõezinhas de drogas, não é nenhum traficante de referência, e a vítima também. Eles tinham uma rivalidade, uma inimizade, alimentada por conta do tráfico, por um estar invadindo o território do outro. Ambos são do bairro Bom Jesus.

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FAROL – O suspeito já tem passagem pela polícia? 

DR. ALEXANDRE – Já tem passagem criminal por cometimento de um homicídio com o mesmo requinte desse crime que a gente fez a prisão dele ontem, utilizando arma branca.

FAROL – De que ele é acusado, neste outro inquérito? 

DR. ALEXANDRE – No crime anterior ele usou um pau, efetuou vários golpes de paulada, matou uma vítima, depois tentou ocultar o cadáver colocando gasolina, a mesma coisa que aconteceu com a vítima atual de ontem, arma branca, faca, vários golpes, depois puxou e tentou esconder dentro do cemitério.

FAROL – Então ele repetiu o crime do mesmo jeito de 2019…

DR. ALEXANDRE – A casa desse investigado fica por trás do cemitério. No crime anterior ele também fez isso, pulou com o cadáver para cima do muro e foi arrastando. A casa era usada para o consumo de drogas com a vítima, a casa tem sangue espirrado, onde já foi provado pela perícia.

FAROL – Ele segue preso? Qual o resultado da audiência de custódia?

DR. ALEXANDRE – Está sendo avaliado agora na audiência de custódia on-line, mas a autoridade policial, que sou eu, fiz a representação pela prisão preventiva, porque essa prisão que foi efetuada é uma prisão flagrancial. Eu representei pela prisão preventiva. [O resultado da audiência confirmou o pedido de prisão preventiva].

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FAROL – Onde se encontra agora? E qual o perfil deste suspeito?

DR. ALEXANDRE – Ele está aqui na DP. Ele é muito frio, muito perigoso, não merece ficar solto, ele é um adulto que já tem maturidade suficiente do crime que praticou. Ele segue negando, já teve uma visita de advogados e só vai falar em juízo. Só que as pessoas desse primeiro inquérito de 2009 falam o nome dele, afirmam que ele estava com o pau e deu as pauladas, depois mandou comprar gasolina e colocou fogo, esse caso de 2019. E agora em 2021 ele cometeu outro crime.

FAROL – Então ele não foi preso do crime de 2019…

DR. ALEXANDRE – Ele não ficou preso da primeira vez, vamos finalizar esse inquérito de 2021 e, de forma concomitante, já estamos caminhando para esse inquérito de 2019, inclusive hoje ele foi ouvido pelos dois casos e ele nega nos dois casos.