Descaso e abandono refletidos em entulhos e lixo. Essa é a atual situação de um bloco cirúrgico na Unidade Mista de Saúde Felinto Wanderley em Triunfo, município a 30 km de Serra Talhada. A ala, desativada desde 2008, está servindo de depósito para todo o tipo de material comum à qualquer outro ambiente, menos um consultório médico. Materiais de limpeza, caixas de comidas e pilhas de arquivos podem ser encontrados no local. Equipamentos de raio x e ultrassonografia, inerentes aos cuidados da população, também estão sucateados.

Enquanto isso, a população reclama da falta de melhores condições na saúde pública no município. Indignados com a situação do hospital, moradores denunciaram o descaso para o vereador Djaci Marques (PSD), que fiscalizou a Unidade Mista Felinto Wanderley. Em contato com o FAROL, o parlamentar relata que constatou diversas irregularidades.

“É impressionante o desrespeito com o cidadão e o descaso e abandono da coisa pública. Um absurdo! A população não está usufruindo destes aparelhos tendo que recorrer a outros municípios e clínicas particulares para realizar exames”, reclamou Djaci Marques, demonstrando indignação. Na fiscalização, foi detectado lixo hospitalar acondicionado de forma inadequada junto com lixo comum, sendo descartado sem o tratamento devido.

Além disso, ambulâncias da unidade também estão abandonadas. Numa delas foram encontrados pneus, canos de escape e calotas em cima de macas e dentro do ambiente onde se transportam pacientes. O vereador Djaci Marques denunciou o fato durante sessão na Câmara de Vereadores de Triunfo e junto ao Ministério Público.

PERSEGUIÇÃO

Devido a fiscalização realizada na Unidade Mista de Saúde de Triunfo, o vereador alega que está sofrendo perseguição política. Segundo o parlamentar, o prefeito de Triunfo, Luciano Bonfim (PR), entrou com uma ação na Câmara de Vereadores contra Djaci Marques pedindo a cassação do seu mandato.

“Vivemos no estado democrático direito e numa democracia, onde os poderes devem saber suas atribuições e funções cumprindo o seu dever. Não podemos ser reféns da intimidação, do coronelismo, do autoritarismo e da ditadura. Querer privar um vereador de exercer o seu trabalho é inconstitucional e fere os princípios da democracia”, alerta o vereador triunfense, autor da denúncia, e que conta com o apoio da população.