A diretora do Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam), enfermeira Karla Milena, disse, em conversa com o FAROL DE NOTÍCIAS, por telefone, que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não estaria cumprindo regras básicas no atendimento ao público no momento em que o hospital envia pacientes para a rede complementar, como determina o Governo Federal. Revoltada, Milena denunciou que a pasta comandada por Socorro Brito teria montado um esquema de privilégio usando o  Sistema Único de Saúde (SUS).

“No dia 26 de dezembro foi feita uma licitação por parte da prefeitura que não houve  transparência alguma. Foi às escuras. E que privilegiou uma clínica particular de Serra Talhada, a São Francisco. Quando o Hospam precisa de profissionais, sempre existe uma desculpa de falta de gente para trabalhar e nos ajudar. E isso não pode acontecer”, relatou a diretora do Hospam. O estopim que provocou a revolta da gestora ocorreu nesta sexta-feira (8), quando uma paciente em trabalho de parto deixou de ser atendida no Agamenon Magalhães por falta de um médico obstetra.

“O Hospam tem obstetra todos os dias. Exatamente nesta sexta-feira (8) é que o Dr. Marcos César se aposentou. Então, procuramos a rede complementar de saúde, e a paciente foi atendida no Pronto Socorro São José, por que todos os outros hospitais não puderam atender”, se explicou Karla Milena. Segundo ela, nessa lógica, com a falta de obstetra no hospital, um dos primeiros centros de saúde que deveriam ter disponibilizado o profissional para realizar o parto da paciente seria a clínica São Francisco, vencedora da licitação promovida pela SMS.

“Pois quando se contrata um hospital complementar para dar suporte à rede pública pelo SUS, existe um contrato rezando que ele (o hospital contratado) deve ter todo o aparato necessário para cobrir qualquer déficit eventual, como Raio X, ambulâncias e, claro, médicos de plantão. Mas aqui (Serra Talhada) não encontramos nada. Eu não entendo”, alfinetou Karla Milena.

ENTENDA 

O SUS determina que o município indique, como prioritário, um hospital privado para dar suporte aos atendimentos nos centros médicos públicos, formando assim a chamada rede complementar de saúde. O objetivo é evitar que ocorram casos como o dessa sexta-feira, quando uma paciente precisou de obstetra e não encontrou, tendo que recorrer à rede conveniada.