Humilhação. Esse é o sentimento que vem obrigando o gari Julielson Simões, 28 anos, a conversar com as pessoas sempre cabisbaixo, olhar de desalento. Por quase um ano ele vem prestando serviço à empresa Vialim, responsável por realizar a limpeza urbana em Serra Talhada. O jovem procurou a redação do FAROL DE NOTÍCIAS para reclamar que teve os direitos violados pela empresa. Na denúncia, relata que um fardamento fornecido pela Vialim rasgou durante a rotina de trabalho, mas a prestadora não teria interesse em arcar com os custos de reparação, chegando aconselhar os insatisfeitos a pedirem demissão.

Julielson Simões fez questão de mostrar ao FAROL, por foto, o estrago em sua roupa, que estampava um enorme buraco na região entre as pernas e atingindo parte das nádegas. “Essa firma está nos obrigando a trabalhar com a roupa assim”, lamentou. “Quando agente reclama, eles dizem para trabalharmos com uma outra roupa por baixo ou manda a gente costurar”, desabafou Julielson Simões, afirmando que chegou a procurar a Justiça do Trabalho para denunciar o fato. Dizendo-se sem dinheiro para arcar com os custos de reparação e sem amparo da empresa, o gari deixou de trabalhar durante três dias.

JULIELSON SIMÕES DIZ QUE SE SENTE HUMILHADO

“Quando a gente vai reclamar de qualquer coisa, a empresa manda a gente pedir as contas e sair da firma. Desse jeito, fica amarrando e nos massacrando até a gente ‘pedir penico’. Ou dizem que é desculpa que a gente cria para não querer trabalhar”, denunciou o agente de varrição.

O OUTRO LADO

O FAROL entrou em contato com a Vialim, para ouvir o outro lado da história. Segundo a gerente da empresa, Simone Daniel Pereira, Julielson Simões, de fato, procurou a empresa para que ela arcasse com os custos da recuperação do fardamento. “Nós dissemos a ele que trouxesse as duas calças rasgadas que nós iríamos consertar. E nós o fizemos. A empresa tem o prazo de seis meses para renovar todo o seu fardamento. Como entrou a nova gestão, a empresa está sem a nova logomarca e, por isso, não repassamos ainda o novo fardamento aos funcionários”, explicou a gerente, informando que a o prazo de renovação da farda termina no final deste mês.

Sobre a denúncia de que a empresa vem “massacrando” funcionários, Simone Daniel garante que não existe isso. “Eu pedi para ele me trazer a roupa rasgada, e ele não me trouxe. Não podemos obrigar o funcionário nem a usar fardamento rasgado e nem a pegar o fardamento dele apulso, a gente tem que esperar ele vir trazer para consertarmos. Mas mesmo depois de devolvermos a roupa costurada, o Julielson não veio trabalhar no dia seguinte. E levou falta. Agora, a empresa não tem interesse em demitir nniguém. Pelo contrário, ele é quem está querendo sair e quer que demitamos ele por fina força”, disse a gerente, admitindo que não é a primeira vez que o fardamento de um funcionário rasga na Vialim.