Durante inspeção realizadas nos dias 25 e 26 de julho em escolas das redes públicas de ensino e no Centro de Produção de Tiápias, em Serra Talhada, técnicos da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Vigilância Sanitária municipal, Vigilância Ambiental e da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) resolveram suspender a distribuição de filés de peixes que faziam parte do cardápio da  merenda escolar das escolas da Capital do Xaxado. Segundo o relatório da inspeção que foi enviado ao FAROL DE NOTÍCIAS, a falta de higiene no local de beneficiamento, na Fazenda Saco, zona rural de Serra Talhada, coloca em risco a saúde das crianças, jovens e adolescentes.

“A área destinada ao beneficiamento do pescado foge a todas as normas higiênico-sanitárias exigidas pelo programa. O peixe é beneficiado numa área aberta e no momento da inspeção registramos a presença de cachorro e muitas moscas, do tipo varejeira, que estavam em contato direto com o produto”, diz um dos trechos do relatório, atestando ainda que as pessoas trabalhavam sem Equipamentos de Proteção Individuais (Epis) e que a área de pesagem e empacotamento dos produtos não apresentava as mínimas condições de higiene.

Segundo os fiscais sanitários, os estudantes da rede municipal que consumirem o filé de peixe correm o sério risco de contrair doenças e parasitas intestinais e até poliomelite, em virtude das larvas que são postas por moscas e insetos. Após a fiscalização, técnicos da Adragro emitiram o Termo de Fiscalização 12602 suspendendo toda a distribuição de filé de peixe até que a Associação de Pescadores da Fazenda Saco, responsável pelo beneficiamento, atenda as normas de controle de qualidade.

A Adagro também recomendou a apreensão, por parte da Vigilância Sanitária, de mais de 3 mil quilos de filé de peixe que estavam prontos para serem distribuídos nas escolas de Serra Talhada.

PROVOCAÇÃO AO MPPE

Após a divulgação do relatório, nessa segunda-feira (5), o fiscal de Defesa Agropecuária, Adauto Carvalho, provocou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a agir no episódio. “Espero que os promotores de Justiça de Serra Talhada, Antonio Rolemberg e Vandeci Souza tomem uma atitude sobre isto”, disse Adauto Mourato, durante entrevista a rádio Cultura FM.